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Cultura pornográfica

Li, recentemente, que os marqueteiros têm no tema da sensualidade, pornografia, libidinagem e volúpia, um dos preferidos para bombardear as nossas mentes, em especial os pensamentos dos juvenis. Como conseqüência desse bombardeio pornográfico, muitos jovens e adolescentes encontram-se cegos, atordoados e completamente viciados em sexo. A verdade é que os meios de comunicação de massa exercem forte influência na cabeça da juventude, principalmente, com todo tipo aberrações “culturais”.

Também as mensagens culturais podem não ter a intenção de despertar a pornografia do consumidor, mas nem por isso são menos significantes. Independente se a produção é um filme de horror, comédia, drama, ou um comercial, com pontos de vista ideológicos específicos, expressos com a finalidade de aflorar valores estéticos e morais, terminam sufocados pela cultura do pornográfico.

Assim, no caso específico da cultura pornográfica, com inclinações aos prazeres sexuais, as principais e grandes redes brasileiras de TV, nas últimas duas décadas, proporcionaram, não raras vezes, ao telespectador passivo, programas abarrotados de ocorrências de sexo explícito, palavras chulas, e diálogos maliciosos.
Com o advento da internet e seus fantásticos aplicativos instantâneos a cultura da pornografia atinge índices altíssimos, sobretudo no campo das fantasias sexuais, aflorando uma criatividade exacerbada, que vai das simples insinuações pernósticas a oferta de chicotes a extensores de pênis. O negócio parece ser lucrativo, pois a demanda é grande.

Essa cultura pornográfica, sem retorno, infelizmente chegou e alcançou pesadamente as crianças do mundo inteiro. Sabe-se que 70% das crianças com idade de 8 a 16 anos acessam a internet, por baixo, três vezes por dia. Na verdade, são inegáveis os benefícios dessa ferramenta no desenvolvimento educacional e cultural das crianças, adolescentes e jovens. Contudo, a “coisa” avança perigosamente e, simplesmente, dizer ou pedir que os pais e educadores fiquem de olho aberto, é pouco!
Faço uso dum parágrafo, texto editorial dum jornal famoso no Brasil, publicado nesta semana, alusivo às crianças, aparentemente ingênuo para os padrões morais de nossa época. Mas, na minha ótica, ainda necessário: “Deixar que as crianças naveguem livremente, sem orientação de um adulto, pode ser perigoso à medida que a web é freqüentemente usada por pessoas mal intencionadas. Os pais podem indicar para os filhos os portais seguros, ativar filtros de controle de conteúdo e colocar limites para a exposição das crianças a todo tipo de mídia, incluindo games e televisão.” O editorial, de forma conservadora, apela para duas instituições, ainda, necessárias aos bons costumes: Família e escola!

Creio definitivamente que as instituições, família e escola, somadas a igreja, são as principais formadoras da boa consciência, e como tal devem assumir posturas mais crítica e incisiva; fazer um exame mais detido face ao que nos é oferecido, no campo da cultura pornográfica. Em outras palavras: Não engolir tudo o que a mídia oferece, sem antes refletir seriamente sobre o assunto, uma vez que no campo da cultura pornográfica a coisa se tornou vulgar, duma fetidez que chega ao ponto de “embrulhar” o estomago. Náuseas mesmo!

Mesmo sendo do conhecimento de todos, uma vez que vivemos no mundo da esperteza, não devemos esquecer que a cultura da pornografia é patrocinada por alguns empresários ávidos por vender seus produtos e, como frisamos acima, tem invenção para todo gosto. Com tantas “invenções” repetidas incansavelmente, está claro que a juventude irá procurar viver assim.

Nunca é demais dizer: Quando nos deixamos envolver, especialmente os jovens, ainda crianças, por essa cultura, muitos lucram com isso. E, com certeza, não são as nossas famílias.
Francisco Assis dos Santos, Pesquisador Bibliográfico em Humanidades. E-mail: assisprof@yahoo.com.br

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