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Depois dos presídios, as ruas

Sem descurar das questões locais, vale insistir que essa onda de violência que chegou também aos presídios do Estado faz parte sim de uma “guerra” das facções do Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, com o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e pode ter desdobramentos ainda piores, se medidas mais enérgicas e abrangentes não forem tomadas.

Em entrevista ontem ao jornal O Estado de São Paulo, um promotor público paulista, que estudou a fundo as origens e a atuação dessas facções, alerta que, depois dos confrontos registrados em Roraima, Rondônia e, por último, no Acre, essa “guerra” pode chegar às ruas e aí, sim, a população, ficará exposta a uma verdadeira carnificina.

Este alerta do promotor só reforça a necessidade de o Governo Federal também entrar com os órgãos de segurança pública nacionais no combate a esses grupos criminosos, como liberar os recursos necessários para as polícias locais, as quais, como se viu aqui no Acre, teve que recorrer ao Exército para auxiliá-la nesse confronto e até valer-se de armas mais potentes, como fuzis.

Enredado ainda pela crise política, o Governo Federal continua omisso, fazendo de conta que não tem a nada a ver com a questão, quando a vigilância das fronteiras é de sua primeira e inteira responsabilidade.

A Gazeta do Acre: