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Haitianos utilizam Acre como principal rota de saída do Brasil

 Depois de entrar no país pelo Acre, muitos haitianos estão fazendo o caminho oposto e usando o Estado de novo, agora como rota para sair do Brasil. Devido à crise econômica, os imigrantes estão deixando o país em busca de novas oportunidades.

De acordo com o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, desde junho deste ano, aproximadamente 20 imigrantes chegam a Rio Branco diariamente. Eles seguem para Assis Brasil e, de lá, para outros países como México, Estados Unidos e Canadá.

“Eles procuram países que paguem melhor e em dólar, porque precisam mandar dinheiro para a família. Aqui o câmbio é fraco”, explicou Mourão.

Segundo informações do Governo do Estado, entre os anos de 2010 e maio de 2015, mais de 38,5 mil imigrantes entraram no Brasil pelo Acre. A maioria dos estrangeiros eram haitianos que começaram a deixar a terra natal após um forte terremoto devastar o país.

Em março deste ano, o abrigo de imigrantes que funcionava na Chácara Aliança desde 2014 foi desativado. O local chegou a ter 900 imigrantes, mas, com a ampliação da emissão de vistos pelas embaixadas em Porto Príncipe (Haiti), Quito (Equador) e Lima (Peru), o Acre deixou de ser a principal rota para entrada de estrangeiros, e aos poucos esse número foi diminuindo.

Rio Branco, Acre, 22.05.2015 - Centenas de imigrantes haitianos estão no abrigo em Rio Branco no Acre, em uma chácara nas proximidades da cidade, onde a capacidade para 200 pessoas, mas atualmente cerca de 500 imigrantes estão no local. Diariamente chegam aproximadamente 90 pessoas no local superlotando mais ainda. O Ministério da Justiça fez no início dessa semana, (18), uma solicitação ao governo do Acre para que as viagens fossem suspensas com destino para a capital paulista. A suspensão das viagens dos haitianos para São Paulo foi um pedido da Prefeitura, que, em nota, disse que tem o dever de acolher os imigrantes, mas que não estava preparada para receber tanta gente de surpresa. Os haitianos vêm para capital paulista em busca de oportunidades, mas muitas vezes acabam sem emprego e sem dinheiro.

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