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Secretário de Saúde diz que não há perigo no consumo do açaí pela população

 Exames feitos com cinco amostras de açaí do município de Feijó, durante o festival do produto, ocorrido em agosto deste ano, apontaram a presença do agente causador da Doença de Chagas. Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, 10, o secretário de Saúde, Gemil Júnior, explicou que não há perigo no consumo do açaí pela população. Ao contrário do que dizia uma mensagem que estava sendo transmitida pelas redes sociais a respeito do consumo do fruto.

Participaram da coletiva o secretário de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), Lourival Marques, e o diretor do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), Ronaldo Queiroz.

A doença voltou à tona quando, no dia 18 de julho, em Feijó, 13 membros da mesma família estavam com a Doença de Chagas. Eles consumiram açaí contaminado: o ‘Barbeiro’ foi moído junto com o produto.

Segundo a gestão, o caso de pessoas diagnosticadas com doença de Chagas devido ao consumo de açaí foi um fato isolado, mas requer atenção e acompanhamento necessários.

“Tivemos um caso envolvendo 15 pessoas de uma mesma família que foram diagnosticadas com doença de Chagas. Ocorre que essa família colheu o açaí e bateu o fruto sem a devida higienização. A Secretaria de Estado de Saúde, ao ser notificada, fez as análises e constatou os casos isolados na região de Feijó. Existem cerca de 250 produtores naquela região. Desse universo, cinco apresentaram contaminação. Seria irresponsável de nossa parte concluir que toda a produção daquelas famílias está contaminada”, explicou o secretário de Saúde, Gemil Júnior.

“Podem tomar açaí, mas desde que sejam respeitadas as questões de higienização. O açaí não tem problema nenhum. O problema é o manuseio”, ressaltou o secretário.

O diretor do Idaf, Ronaldo Queiroz, disse que a fiscalização ocorre periodicamente. E as amostras positivas foram casos isolados: “Nós continuamos fiscalizando o produto que sai de sua origem e podemos afirmar que o produto está dentro das normas, mas o problema está no manuseio. É necessário ter a lavagem correta e o choque térmico, nestes casos da amostra foi caso isolado”.

Após o resultado dos exames, as secretarias, em conjunto, devem iniciar uma ação de capacitação e orientação dos produtores nos próximos 30 dias. Somente na região de Feijó existem mais de 250 produtores.

“Recebemos as respostas dos laudos na sexta, 7. Falaram que o açaí do Acre é condenado, o que não é verdade. O açaí do Acre não é condenado e é um dos melhores açaí da região amazônica. O fato é, aconteceu realmente de algumas amostragens darem positivas devido à mal limpeza desse açaí”, falou Gemil.

Nós atuamos nos 22 municípios e nossos técnicos levam educação aos produtores locais sobre os procedimentos corretos no pós-colheita, que é a retirada e lavagem do produto”, disse o secretário o titular da Seaprof, Lourival Marques.

Pausterização e branquemanto – A Seaprof fará a capacitação reforçando a importância do branqueamento, que consiste na limpeza do fruto utilizando a imersão na água com hipoclorito de sódio, seguida por imersão, durante 10 minutos, em água fervente a 80°C e, em seguida, imersão em água fria. Esse choque térmico elimina os agentes patogênicos, como o barbeiro.

O governo do Estado elabora uma proposta para pôr em prática um projeto a fim de viabilizar a pasteurização do açaí produzido pelos pequenos agricultores.

O governador Tião Viana, ainda como senador da República, apresentou projeto de lei defendendo essa padronização em nível nacional, mas que foi vetado após interferência de parlamentares do Pará. (Agência Acre)

 

A Gazeta do Acre: