Todos os dias os meios de comunicação trazem relatos lamentáveis sobre: homicídios, assaltos à mão armada, lesões corporais e tráfico de drogas envolvendo diretamente adolescentes e jovens. Eles matam, eles morrem e ninguém possui uma solução realística para conter essa crescente caminhada do crime protagonizada por uma “massa” que se agiganta, dia após dia, de forma irresistível como uma TORRENTE vulcânica, nos oprimindo de forma cruel!
Diante dessa desgraça da violência urbana não dá para sofismar sobre o problema da raça humana. Não adianta inventar novas soluções paliativas, pois os problemas são os mesmos. Estamos encurralados. A raça humana vive, desgraçadamente, uma nova modalidade de valores. Sendo assim, de forma recursiva, faço reverberar, pelo prisma SUBJETIVO, os valores que vigoram no mundo de hoje.
Modernos cientistas sociais, alguns bastante pessimistas, empregam extensiva abordagem em emitir juízos de valor a respeito das condições sociais em vigência nos quadrantes do Planeta Terra. Quase todos concordam que os valores são arquitetados a partir da experiência humana, embora continuem sujeitos ao juízo de “melhor e pior”. São avaliações morais, éticas e religiosas a respeito das condições da sociedade, dos atos pessoais e coletivos. Esses ajuizamentos indicam se atos ou condições são “bons”, “maus”, “úteis”, “inúteis”, “legais”, “ilegais”.
Alguns desses julgamentos partem, por exemplo, da lei que faz os juízos de valor tornarem-se oficiais e obrigatórios para uma sociedade. As religiões, também, estão envolvidas até o pescoço, nessa questão de fazer juízos de valor; são regras e normas para todo lado, num dogmatismo implacável.
Naturalmente um juízo de valor, com freqüência é algo subjetivo, condicionado pela cultura em que uma pessoa foi criada. Ademais, é necessário declinar alguns termos úteis relacionados à teoria de valores: cognitivo, não-cognitivo; absoluto, relativo; natural, não-natural, sobrenatural; existencialista, justificável e não-justificável; divino e humano.
Torna-se necessário, a esta altura da reflexão, perguntar qual é a principal preocupação que polariza, atualmente, nossa vida, e o que colocamos acima de tudo, nesta fase de nossa existência? Ou numa introspecção, me perguntar o que, atualmente, me empurra a viver, centraliza o meu existir e dá sentido a tudo o que eu faço? Como posso saber se os valores que acato e respeito são verdadeiramente valores corretos? Será que o que eu penso, digo, faço, acato e vivo, não atenta contra algum aspecto da dignidade humana, entre outras coisas. Por exemplo: sair por aí em nome de alguma tara, fazendo apologia da pornografia.
Não seria, também, essa inversão de valores que suscita a pobreza; os famintos, o favelado, o menino de rua abandonado, pelo pai desempregado; a alarmante exploração sexual infantil; a tirania política, a maldade e o cinismo dos vendedores de drogas? Igualmente, não seria essa inversão de valores que produz e causa sociedades egoístas, alheias à neurose do tempo presente e que leva o homem ao vazio existencial. Daí, os altos índices de suicídios entre, principalmente, os jovens que por não atingirem patamares de status social “valorativo”, entram em desespero de morte.
Mesmo existindo por aí algumas medidas “reparadoras” para solucionar a ultrajante situação em que está metida a maioria das nossas cidades. Na prática, essas medidas, sem utopia, necessitam do fortalecimento da sociedade através do sentimento geral de vínculo jurídico; porquanto, solidariedade humana e o respeito à dignidade da espécie passaram à condição de “letra morta”, permitindo, conseqüentemente, que no exercício diário continue crescendo cada vez mais a legião de desgraçados, enquanto minorias usufruem a sofreguidão de bem viver.
Francisco Assis dos Santos, Pesquisador Bibliográfico em Humanidades.
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