Mais de 500 estudantes vão mostrar, na teoria e na prática, tudo que aprenderam sobre robótica em sala de aula
De 10 a 13 de novembro, alunos da Escola Sesi e da Escola Estadual José Ribamar Batista (Ejorb) participarão do Festival de Robótica First Lego League (FLL), em Brasília. O torneio é um programa internacional voltado para crianças de 9 a 16 anos, e foi criado para despertar o interesse dos alunos em temas como ciência e tecnologia dentro do ambiente escolar.
O desafio dessa edição busca incentivar os estudantes a pesquisar a relação entre humanos e animais, sobre como um interfere na vida do outro. É o caso, por exemplo, das consequências de um desmatamento. Durante a competição, o que as equipes descobrirem será compartilhado em projetos de pesquisa. Os times também mostram na prática o que aprendem com as missões que serão realizadas pelos robôs de Lego.
A iniciativa fortalece a capacidade de inovação, criatividade e raciocínio lógico, inspirando jovens a seguir carreira no ramo da engenharia, matemática e tecnologia. Por meio de uma experiência criativa, os competidores são desafiados a investigar problemas e buscar soluções inovadoras para situações da vida real, bem como programar robôs autônomos com a tecnologia Lego Mindstorms para cumprir as missões da mesa de competição em poucos minutos.
Segundo a diretora da Escola Sesi, Maria Regiana Araújo, participar desse evento leva os alunos e a escola a crescer em termos de educação tecnológica. “O sentimento que nós temos é de felicidade, de satisfação e reconhecimento do nosso trabalho, iremos mostrar o Acre para o restante do Brasil. Sinto orgulho de ver o nosso trabalho ser colocado em prática, porque os alunos treinam, fazem apresentações nos eventos externos e internos, mas nunca participamos de um evento externo do Sesi”.
“Estou muito ansiosa, porque sei que nem todas as pessoas têm essa oportunidade. O treinamento está sendo bem intenso, fazemos os desafios, conversamos sobre o projeto de pesquisa e possíveis problemas que iremos enfrentar durante a competição. Não vamos participar desse torneio apenas por ir, vamos lá para apresentar um projeto e isso é muito importante para a nossa vida escolar e pessoal”, destacou a aluna do Sesi, Maria Luiza Crispim, 11 anos.
“É fato que queremos ter um bom resultado na competição, mas acredito que pelo fato de termos mudado o dia-a-dia desses alunos e também ter proporcionado a eles e a Escola Sesi esse ambiente sadio que a aula de robótica proporciona, pra mim já é motivo de satisfação”, avaliou o professor da Escola Sesi, Assis de Souza.
APADRINHAMENTO – O Sesi também está apoiando a participação da Ejorb por meio da doação de todo o material necessário para o treinamento, além de se responsabilizar pelos custos das despesas de viagem da equipe para Brasília.
O aluno Max Lima, 16 anos, disse que seu sonho é fazer faculdade de Engenharia Mecatrônica, e quando apareceu a oportunidade da robótica, deu o melhor de si para entrar no time. “É uma área bem difícil, mas estou gostando muito, me identifico com tecnologias e quero seguir carreira na engenharia. Agradeço muito ao Sesi, estamos aprendendo a montar o robô e mexer com peças novas, o treinamento está sendo bem intenso. Cada dia que passa fico mais ansioso para representar o meu estado e poder conhecer o trabalho de outros alunos”.
Segundo a professora Janaina Queiroz, trabalhar com robótica na área da física é um pouco complicado, porque os alunos já têm um pouco de receio com a matéria, porém o fato de mostrar para eles que perante um robô a física está presente, está sendo satisfatório.
“Nossos alunos estão empenhados e estamos vendo os resultados. No primeiro instante ficamos bastante receosos por terem escolhido a nossa escola, ficamos com medo e pensando como será nossos alunos participando de um campeonato tão importante como esse, mas estamos trabalhando e buscando conhecimento. Devemos ao Sesi essa oportunidade ímpar e agradecemos todo o apoio que estamos recebendo”, ressaltou Janaína.
APRENDER FAZENDO – Ao levar a robótica para as salas de aula, o Sesi procura estimular o interesse das crianças e adolescentes pelas áreas de química, física, matemática, engenharias e novas tecnologias. O que parece uma brincadeira com robôs, é, na realidade, uma forma inovadora de ensino. É assim que a robótica influencia na formação de futuros engenheiros e promove melhor aprendizado entre estudantes.
Para entrar na equipe de robótica, os alunos devem ter bom desempenho em todas as disciplinas. Um incentivo a mais para os estudos. “Essa geração gosta de muita ação, internet, coisas diferentes. A robótica é uma ferramenta para ensinar de uma forma prazerosa. O projeto de educação tecnológica comtempla as disciplinas do currículo, e os alunos compreenderam isso e mudaram o comportamento também no sentido do trabalho em equipe”, destacou a diretora da Escola Sesi, Maria Regiana Araújo.
Maria Regiana explicou ainda que, com a diversão, os professores conseguem ensinar física, matemática, todas as ciências e ainda desenvolve esse gosto nos alunos. Fundamental para a formação de engenheiros e pesquisadores, tão necessários para o desenvolvimento do país.
A aluna Maria Luiza Crispim contou que depois que a robótica começou a fazer parte das disciplinas, algumas coisas mudaram para ela. “É bem legal porque fiz novos amigos, aprendi coisas novas, estou adorando. Tem também a questão do trabalho em equipe, pois temos que entrar num consenso sempre, ouvir a opinião de todos, então isso é um aprendizado que vou levar para o resto da vida. Considero essa questão do trabalho em equipe o mais importante”.
Para o professor Assis de Souza, a robótica é uma ferramenta preciosa que deve ser explorada no dia-a-dia dos alunos. “Essa é uma geração que tem a tecnologia nas veias e precisa apenas de um incentivo para realizar grandes coisas”, concluiu.