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Uma questão de interesses

Ontem a pauta política foi à aprovação na Câmara dos Deputados das mudanças no pacote anticorrupção e que incluiu a punição a juízes. Das 10 medidas propostas pelo MPF,  4 passaram no crivo dos deputados. Choveu de críticas na internet de internautas acusando os deputados de votar a favor de penalizar magistrados só porque são investigados por conta do esquema de corrupção da Petrobras.

O mérito da questão é algo que precisa de mais debates para cair na sabedoria e opinião do público. Já a questão dos interesses que guiam os votos dos parlamentares, bom, isso é meio vago.

Se a questão é de ‘conflito de interesses’, voto disso ou voto daquilo foi maculado porque um grupo de deputados X tinha algo contra Y, seria melhor retroceder e acabar com o Congresso logo de uma vez. E essa não é a solução.

Mesmo no descrédito que a população dá hoje às casas legislativas nacionais, ainda assim a Câmara e o Senado são poderes devidamente constituídos. Só tem três poderes, e as 2 Casas representam a esfera nacional de um deles. Acabar com eles é matar ideais democráticos. Já acreditar que todos lá são corruptos, é um sentimento apolítico das pessoas, mas isso não retira dos parlamentares os poderes de decisão sobre temas importantes para o Brasil.

A solução é até simples: o parlamentar vota – ou pelo menos deve votar – pelos interesses das pessoas que o elegem. Caso contrário, deixe esse político nas garras da sua base eleitoral. O eleitor precisa entender que o jogo da democracia não se concretiza só na hora do voto. É a cobrança depois no eleito que dá sentido à política.

A Gazeta do Acre: