O ônibus que faz a linha Recanto dos Buritis foi incendiado na noite desta quinta-feira, 1º de dezembro. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, dois homens armados renderam o motorista. Não houve feridos, apenas danos ao patrimônio. Além disso, mais de 80 presos não retornaram à Unidade Prisional 4 (UP4), conhecida como “Papudinha”, na noite de quinta.
O subcomandante da Polícia Militar do Acre (PM/AC), coronel Ulysses Araújo, nega que o crime tenha sido em represália à operação da Polícia Federal para prender integrantes de facções criminosas e/ou devido à briga entre esses grupos criminosos.
“Os atos que aconteceram ontem foram atos isolados, não tem como dizer que tem relação com facções. O retorno dos detentos que eram pra ter voltado para o sistema prisional, talvez tenha sido utilizado com um argumento de não voltar, mas também não tem como comprovar que tem haver com facções. Não tem nenhuma comprovação nem pela nossa inteligência da Polícia Militar, nem pela da Polícia Civil”, disse.
Araújo diz que os fatos isolados dificilmente podem desencadear uma nova onda de ataques, como aconteceu em outubro deste ano. Contudo, o coronel garante que a PM/AC está preparada para combater qualquer criminoso que atente contra a sociedade e Estado.
“Toda a polícia está em condições caso essa situação venha a se agravar, de entrar novamente em combate. Para o momento não é o caso. Não vejo motivo para a sociedade está sofrendo com isso, uma vez que ressurja essa situação nos vamos colocar nosso aparato pesado na rua”.
Para o subcomandante a união das polícias através do Sistema Integrado de Segurança Pública do Acre tem enfraquecido as organizações criminosas no Estado. Ele explica que somente este ano, mais de 30 detentos envolvidos em facções criminosas foram transferidos para outras unidades prisionais em outros estados.
“O crime organizado tem sofrido muitas baixas desde quando a PM/AC, Polícia Civil, Polícia Federal, todos os órgãos do sistema de defesa se integraram para combater e reprimir essas ações criminosas. Nós demos um baque muito grande neles”, afirmou.
O coronel destaca que nesta última semana uma operação da Polícia Federal cumpriu 63 mandados judiciais, sendo de 52 de prisão e 11 de busca e apreensão. “Nós tivemos varias prisões de pessoas ligadas ao crime organizado. Ontem (quinta-feira, 30) tivemos uma prisão bem ligada ao crime organizado”.
Acre é o 4º estado mais seguro do Brasil
De acordo com um estudo publicado recentemente na revista Exame, o Acre está entre os estados brasileiros com melhor índice de segurança do Brasil, ocupando a 4ª posição no ranking, atrás apenas de São Paulo, Amazonas e Rio Grande do Sul. Por outro lado, diariamente a população reclama da insegurança e denuncia através das redes sociais diversos crimes.
O subcomandante diz que o crime sempre vai existir, mas garante que a PM/AC está nas ruas para servir e proteger a população. Ele enfatiza que na última semana foram apreendidos mais de 100 quilos de droga, seis veículos foram recuperados, além da prisão de vários infratores.
“Crime acontece em todo lugar do mundo, em toda hora, em qualquer país, ou cidade, isso sempre vai acontecer. A ação da polícia aqui no estado do Acre é uma ação efetiva”.
Ainda segundo Araújo, todos os órgãos de Segurança do Estado são compostos por pessoas capacitadas e comprometidas com o trabalho.
“Hoje a segurança no Acre tem sido cada dia mais efetiva. A PMAC e demais órgãos que atuam o Sistema Integrado de Segurança Pública são compostos por pessoas comprometidas que estão sempre dispostas a trabalhar, inclusive fora do horário de serviço, muitas vezes com hora extra, às vezes voluntariamente. Nós somos o anteparo para que a criminalidade não cresça no nosso estado, ou que não se instale como ocorre em alguns estados que estão sem controle”, acrescentou.
Após assassinato, PM/AC terá mais rigor na hora de convocar policiais
A morte do sargento Paulo Andrade, assassinado pelo colega de farda, o subtenente José Adelmo dos Santos Alves, no dia 24 de novembro, deve mudar alguns procedimentos da hora de convocar policiais no Acre.
Preso em flagrante, o subtenente foi excluído do efetivo do Corpo Voluntário de Militares da Reversa Remunerada, e aguarda julgamento na reserva remunerada. Se condenado, o policial pode perder a função militar.
Além disso, a instituição deve ter mais rigor na hora de convocar e contratar policiais na tentativa de evitar que casos como esses voltem a acontecer, segundo o coronel Ulysses.
“A ação que ele fez foi muito grave, logicamente a PM/ACjá está tomando todas as providências necessárias para tentar colocar com mais rigor nessa reconvocação, não somente na parte física, mas na inspeção de saúde envolvendo também a parte mental. Nós estamos tomando essas providências no sentido de evitar que isso nunca mais ocorra dentro da nossa Polícia Militar”.