Com o objetivo de debater a criação de grupo de trabalho sobre a construção da estrada peruana ma fronteira do Acre, o deputado federal Moisés Diniz (PCdoB) organizou na manhã de quinta-feira, 22, um debate acerca do assunto. O encontro aconteceu no auditório da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).
Na ocasião, o parlamentar destacou a importância da participação da bancada federal, estadual, prefeitos, governo do Estado, movimento social, indígena, bem como a sociedade como um todo.
“Precisamos discutir com mais profundidade o tema. Eu defendo sempre em uma busca de solução e não simplesmente ser contra uma ideia. Se o governo peruano quer discutir a estrada, inclusive solicitando o apoio e o financiamento brasileiro, existem outras opções, como uma estrada de ferro, algo bem mais interessante”, disse ao lembrar que a estrada será construída próxima a reserva Indígena Mamoadate e no Parque do Rio Chandless.
“Respeitamos a soberania do governo Peruano sobre o território deles, mas a estrada vai ser construída nas proximidades da reserva Indígena Mamoadate e no Parque do Rio Chandless, além ser localizada na área de preservação das cabeceiras do Rio Acre. Ou seja, atinge a fonte de vida do rio Acre, em especial. Portanto, esse debate é mais do que necessário”, destacou Moisés.
Ele frisou que no início de 2017 estará reunindo-se com as autoridades peruanas para dar continuidade ao debate. “Trouxemos uma representante de Madre de Diós e Ucayali [estados peruanos] para iniciarmos as discussões e em março vamos fazer uma reunião em Assis Brasil para discutir o tema com as autoridades dos dois países. O Itamarati [Relações Exteriores do governo federal] já deu sinal verde para o encontro, acompanhando o debate e confirmando a presença dos embaixadores respectivos”, revelou.
Por fim, Diniz disse que ao término das discussões será elaborado um relatório e entregue ao Itamarati e ao governo do Estado do Acre. “O relatório dos encontros vão ser encaminhados ao Itamarati e ao governo do Estado do Acre. O secretário Estadual dos Povos Indígenas esteve presente e deve repassar as informações ao executivo acreano”.