O laudo da perícia feita no vídeo que mostra o momento em que o cabo da Polícia Militar Alexandro Aparecido dos Santos, de 36 anos, é baleado e morto, concluiu que não houve edição ou montagem nas imagens e que o vídeo é autêntico. A análise da filmagem foi realizada após um pedido da 2ª Vara do Tribunal do Júri em outubro deste ano e a conclusão já foi encaminhada à Promotoria Criminal e Justiça Militar.
Ao G1, o advogado de Kennedy Silva Magalhães, acusado de atirar no PM durante a abordagem, informou que deve se posicionar posteriormente após verificar os autos do processo.
O diretor do Instituto de Criminalista do Acre, Aleksandr Barros, explicou que a perícia analisou os “frames” do vídeo, ou seja, quadro a quadro da gravação, e foi possível constatar quem em certo momento o acusado tirou algo do colete do PM. Porém, alega que não foi possível materializar a mão de Magalhães segurando a arma. Ele explica que o policial percebeu que o Magalhães pegou algo do colete e segurou a mão do acusado.
“O policial tenta resistir a retirada desse objeto, ele é puxado para trás, a imagem some mas há o disparo. É nesse momento que é possível materializar o “fiel”, um cabo de segurança conectado ao armamento justamente para impedir a subtração da arma. Quando há o distanciamento entre o policial e o acusado, o “fiel” está esticado no máximo e ocorre o disparo. O “fiel” atinge a sua elasticidade máxima, ele retrai e retorna ao corpo da vítima”, explica.
Com o resultado do laudo da filmagem, o Ministério Público do Acre (MP/AC) e a defesa do acusado de Magalhães devem fazer as alegações finais, segundo o Tribunal de Justiça do Acre (TJ/AC). Após essa etapa do processo o juiz deve decidir se o acusado vai responder pelo crime perante o júri.