O ex-vereador de Rio Branco, Rodrigo Pinto comentou em sua página no facebook na manhã de segunda-feira, 5, sobre a delação dos executivos da Odebrech. O acordo de colaboração premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR) foi assinado na última quinta-feira, 1. Os 77 acionistas, executivos e funcionários da empresa começam a serem ouvidos nesta semana.
Pinto acredita que os depoimentos poderão esclarecer dúvidas acerca da morte do pai. “Meu desejo que a delação desse bandido traga fatos novos e nomes dos envolvidos da tragédia que abalou o Acre em 1992. A Justiça caducou, mas eu estou vivo e disposto para que os verdadeiros assassinos paguem na mesma moeda”, disse ao afirmar ainda que acredita que o pai dele morreu por optar não ser corrupto.
“Eu nunca tive dúvidas que o assassinato do meu pai foi crime de pistolagem por não ser corrupto e que houve facilitação por parte de pessoas próximas ao governador para que o trágico evento fosse efetivado”, disse.
O ex-vereador destaca que com as delações ‘foi aberta a caixa de pandora das relações espúrias entre empreiteiros, empresas e políticos’.
“A empresa Norberto Odebrecht notoriamente uma das empresas mais poderosas do mundo e detentora das maiores obras do País, finalmente através do MPF seus Procuradores e do Juiz Federal Doutor Sergio Moro, colocou seus Presidentes e acionistas na cadeia. A delação premiada foi à forma escolhida pelos réus para amenizar o tempo vendo o sol nascer quadrado. Com esse tsunami de corrupção ativa, ameaças, assassinatos e tudo que uma verdadeira máfia é capaz de realizar, surgiu uma luz no fim do túnel”, afirmou.
Edmundo Pinto
Edmundo Pinto, então governador do Acre foi assassinado com dois tiros na madrugada de 17 de maio de 1992, no Hotel Della Volpe, em São Paulo. O ocorreu um dia antes de ele depor numa CPI do Congresso Nacional sobre as obras do Canal da Maternidade, que seriam executadas pela Odebrecht. À época, a polícia chegou a ventilar a possibilidade de crime político. Ele tinha apenas 38 anos quando foi morto.
Segundo o Jornal Folha de São Paulo, no dia do assassinato, três quartos do mesmo andar do hotel eram ocupados por funcionários da construtora, que havia vencido a licitação para realizar a obra do canal.