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Site de notícia é alvo de operação da Polícia Civil

 Após denúncia de parlamentar, ainda em 2012, foi iniciada as investigações sobre as para desarticular um esquema de extorsões praticado há vários anos por um grupo de jornalistas através de um site de notícias. Na manhã desta segunda-feira, 12, o jornalista e empresário Roberto Vaz, foi levado coercitivamente para prestar depoimento na delegacia, em Rio Branco.

O editor de política do site, o jornalista Ray Melo, também foi obrigado a comparecer prestar esclarecimentos. O filho do empresário, Bruno Vaz é a terceira pessoa envolvida no esquema, de acordo com a polícia.

Na operação denominada Zero Hora foram cumpridos mandados de busca e apreensão, além de ordens judiciais determinado medidas cautelares diversas. A polícia diz ter uma lista com mais de 20 nomes de políticos e empresários locais que, de acordo com os investigadores, foram chantageados.

De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Roberth Alencar, os “acordos” com as vítimas tinham o objetivo de definir valores variáveis de R$ 2 mil a R$ 20 mil e em troca utilizava o site para obter vantagem indevida, recebendo os pagamentos de forma camuflada, desde empregos públicos a favores políticos.

Para locupletar os crimes, o grupo praticava a lavagem do dinheiro utilizando a conta bancária de familiares. Em quatro anos de crimes os investigados arrecadaram mais de meio milhão de reais, em apenas duas contas bancárias que tiveram seus sigilos quebrados por ordem da justiça.

Durante a operação foram apreendidos computadores, celulares, documentos, dinheiro (moeda nacional e estrangeira), cinco veículos, sendo um Honda City, pertencente ao atual prefeito de Cruzeiro do Sul, suposta vítima, entre outros objetos.

O proprietário do site declarava anualmente R$ 30 mil de lucro, mas recebiam mais de R$ 300 mil por ano, segundo a polícia. A página teria contratos lícitos de propaganda, mas a maior parte do dinheiro era fruto de extorsão. Nos últimos quatro anos, os investigados arrecadaram mais de R$ 500 mil.

Os investigados vão responder pelos crimes de extorsão qualificada, nas formas tentada e consumada, crimes contra a honra e lavagem de dinheiro.

Político teria rejeitado serviços e foi alvo de matérias difamatórias

“O político não teria mostrado interesse e passou a ser difamado por várias matérias publicadas no site, incluindo uma em que o irmão dele teria sido preso por tráfico e também diz ter sido ameaçado com um boletim de estupro. Identificamos todos os atos preparatórios para essa extorsão, todos os atos da extorsão e os pós atos onde tentavam fazer acordos com o deputado para que não fossem denunciados”, explicou o delegado.

A Polícia Civil conseguiu provar a lavagem de dinheiro. “Todo o dinheiro adquirido nessas extorsões circulava em contas de familiares dos investigados. Além da extorsão por difamação, também ameaçavam políticos que tentassem quebrar contrato de divulgação que mantinham com eles e denegriam a imagem dessas pessoas”, disse Roberth.

O que eles chamavam de acordo o que seria a extorsão e o fato, segundo as vítimas, era conhecido entre os políticos e empresários, apontou o delegado. “A Justiça entendeu que não havia motivo para fechar o site, até porque podem abrir outro no nome de outra pessoa. Quero deixar claro que respeitamos a imprensa e trabalhamos em parceria com a imprensa. O que aconteceu foi um fato isolado e deve ser investigado”, finalizou Roberth.

Presidente do Sinjac diz que não pode se manifestar

O presidente do Sindicato dos Jornalistas do Acre (Sinjac), Victor Augusto, afirma que a entidade não pode se manifestar por se tratar de uma questão de polícia e judicial e não sindical.

“O Sinjac vai buscar orientação de como proceder diante dessa situação junto a Federação dos Jornalistas (Fenaj).

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Fotos/Assessoria
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