O texto faz breve reflexão sobre as principais línguas do mundo. E, para percorrer essa trilha, há necessidade de mencionar a importância do estudo das línguas, sob o aspecto genético, para agrupá-las em famílias. E esse estudo ganha importância porque línguas são os meios básicos de organização, de experiência e de conhecimento humano. Quando falamos em língua, falamos também da cultura e da história de um povo. Por meio da língua podemos conhecer todo um universo cultural, ou dizendo de outra forma, é possível conhecer conjunto de respostas que um povo dá às experiências por ele vividas e aos desafios que encontra ao longo do tempo.
As populações que hoje conhecemos como “indo-européias” chegaram ao sudeste europeu e à Ásia Ocidental no final do Neolítico ou no início do Bronze Antigo. A mistura entre sua língua, o indo-europeu primitivo, e a língua falada pelas populações locais originou diversos idiomas. Alguns deles existiram somente na Antigüidade; outros existem até hoje. Mas, em verdade, esse tronco indo-europeu, que existiu há cerca de 7.000 anos, pode ser estudado em dois grandes ramos: 1- Asiático: o índico, o irânico, o armênio, o tocariano; 2 – Europeu: o grego, o itálico (abriga as línguas românicas), o céltico, o báltico, o eslavo, o germânico, o albanês.
Desse imenso universo de línguas, entre 4.000 e 6.800 idiomas na terra, algumas ganham maior destaque, considerando o universo de falantes. Assim, à luz de dados colhidos em Ethnologue, 13ª edição (1996 – 1999), trazemos um mapa sobre as principais línguas, número de falantes, e famílias de línguas do mundo.
Observa-se, então, que pesquisar a trajetória das línguas constitui, ainda hoje, um desafio fascinante. A completa descrição do indo-europeu, por exemplo, pode ser considerada como uma questão quase que impossível. No entanto, como as línguas têm passado, consultar a história delas, investigar a biografia das palavras é pleito para aqueles que não temem escaladas árduas e lustrosas. É suficiente, nesse particular, seguir os preceitos do método histórico-comparativo, do sábio lingüista teuto chamado Franz Bopp. Pois foi a partir dos estudos comparatistas que o mundo pode compreender muitas coisas, em termos de linguagem e, particularmente, foi possível aos estudiosos compreender a origem, a evolução e as famílias de línguas do mundo.
DICAS DE GRAMÁTICA
PARA MIM FAZER ou PARA EU FAZER?
– Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
HAJA VISTO ou HAJA VISTA?
– A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.
AO MEU VER ou A MEU VER?
– Não existe artigo nessas expressões. Então diga: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.
CAPÍTULO DEZ ou CAPÍTULO DÉCIMO?
Capítulo décimo. Sempre que o numeral vier depois do substantivo, emprega-se a forma ordinal até décimo. Daí em diante, usa-se a forma cardinal. Assim:
• Pedro I (primeiro)
• Paulo VI (sexto)
• Capítulo X (décimo)
• Luís XIV (catorze)
• Tomo XXI (vinte e um)
Se o numeral anteceder o substantivo, usa-se a forma ordinal:
• Oitava parte.
• Décimo capítulo.
• Décimo quarto tomo.
• Vigésimo primeiro século.
• 35.º Distrito Policial (trigésimo quinto).
Luísa Galvão Lessa Karlberg– É Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montreal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Mestre em Língua Portuguesa pela Universidade Federal Fluminense – UFF; Presidente da Academia Acreana de Letras – AAL; Membro da Academia Brasileira de Filologia; Membro Vitalício da International Writers and Artists association, IWA, Toledo, Ohio, USA; Embaixadora da poesia pela Casa Casimiro de Abreu; Pesquisadora DCR/CNPq.