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Acre deve ter policiamento comunitário a partir de março, diz secretário de Segurança

 Com o índice de criminalidade crescente no Acre e as diversas rebeliões que vêm acontecendo em presídios pelo país, o Governo adotou medidas de combate às organizações criminosas que atuam no Estado. Somente nos primeiros 13 dias de 2017, o Acre registrou 26 mortes violentas e esse número continua a crescer.

Em entrevista exclusiva ao Jornal A GAZETA, o secretário de Segurança Pública do Acre, Emylson Farias, diz que o Estado vai continuar praticando ações preventivas e ofensivas para combater a criminalidade.

Farias anuncia que uma das medidas é a implantação do policiamento comunitário a partir de março. “Acredito que tenhamos uma realidade complemente diferente no Acre. Já em março nós devemos implantar a filosofia de policiamento comunitário, que a filosofia de policiamento de proximidade. Nossos policiais já estão experimentando isso de maneira embrionária, no centro da cidade e alguns locais. Isso vai fazer com que tenhamos uma nova filosofia de policiamento”.

Entre outras medidas preventivas tomadas pelo governo também estão a instalação de câmeras de monitoramento nas principais ruas da Capital, instalação de bloqueadores de celular nos presídios, fortalecimento do trabalho da Delegacia de Homicídios e Proteção de Pessoas, Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) para presos que cometeram crimes violentos, transferência de detentos.

Para combater a criminalidade, principalmente a guerra entre facções criminosas no Estado, o secretário afirma que é preciso diminuir o espaço onde os bandidos atuam. Por isso, o policiamento nas ruas também deve ser fortalecido.

“Nesse momento pode ocorrer até enfrentamento, porque na hora que a gente for diminuindo espaço para essas pessoas, demarcando território e encolhendo eles no território deles, eles vão recuar, e podem até tentar enfrentar. Estamos fortalecendo o policiamento na rua. Se você der uma volta vai ver um policiamento mais presente.”

 

Investimento em Segurança

O Acre deve investir R$ 31 milhões em reforma e ampliação de presídios, recurso do Fundo Penitenciário Nacional (FPN). Além disso, Farias conta que o Fundo Estadual de Segurança Pública possui mais R$ 18 milhões em caixa para aquisição de equipamento e capacitação de novos profissionais.

O secretário de Segurança destaca a realização do concurso para contratação de 500 policiais militares e civis, e o processo simplificado para 210 de agentes socioeducativos.

“Nós tivemos a contratação no final do ano passado de policiais militares da reserva para poder fortalecer a segurança orgânica do presídio, tivemos o fortalecimento das guaritas e muralhas com armamento adequado, e agora o governador está anunciando concurso para 500 policiais. Tudo isso vem nesse planejamento de ações continuadas”.

 

Segurança na fronteira

Para Farias, outro grande desafio é sensibilizar a União sobre a necessidade de fortalecer a segurança nas fronteiras. Ele explica que o número de policiais rodoviários federais e viaturas não é suficiente para suprir a demanda na região. O secretário acredita que o Exército precisa ocupar as fronteiras, realizando um trabalho conjunto com as polícias.

“Quantas viaturas da PRF nós vemos hoje se nos deslocamos até Cruzeiro do Sul? Nós não temos uma delegacia da PRF em Cruzeiro do Sul. Essa é uma realidade que não dá mais pra aceitar. Precisamos que o exército se sensibilize, que o Ministério da Defesa compreenda definitivamente que na Constituição Federal, logo depois da Segurança Pública, tem o Exército Brasileiro, que tem definitivamente que fortalecer a segurança pública nas fronteiras. Essa simbiose de defesa e segurança pública passou da hora de acontecer”, declara.

Farias ressalta o trabalho realizado pelo Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp) no Acre. “Nós somos um estado pequeno e temos relações profissionais e pessoais muito boas. Aqui nós temos muita proximidade com a PF, trocamos informações rotineiramente, com a PRF e com o exército. Mas a PF e a PRF precisam de uma estrutura maior, eles fazem um esforço do tamanho do que eles têm”.

 

Cuidando das gerações futuras

Além de ações ofensivas e preventivas, a Secretaria de Segurança também deve investir em atividades esportivas e culturais. A ideia do projeto é tirar crianças e adolescentes da rua e aproximá-las de atividades de integração social.

Em parceria com instituições religiosas, o governo deve inaugurar, em fevereiro deste ano, 20 escolinhas de futebol e cinco escolas de música. O projeto alcança os bairros Calafate, Taquari e Cidade do Povo.

“Enxergamos que segurança pública é essa prevenção, de construir uma cultura de paz. Trabalhamos com dois víeis: um de prender e o outro de construir uma cultura de paz de prevenção para o futuro”, conclui o secretário.

 

 

 

 

 

 

A Gazeta do Acre: