Apenas quatro dias após a matança de 60 detentos em duas penitenciárias de Manaus em uma guerra de facções criminosas, pelo menos 33 presos foram mortos na madrugada desta sexta-feira na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), em Boa Vista, capital de Roraima.
Segundo o secretário de Justiça e Cidadania do Estado, Uziel de Castro Júnior, “possivelmente” os responsáveis pelos assassinatos são criminosos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que domina o presídio. “Não existem facções de outras organizações criminosas no local”, disse à Rádio BandNews.
Em Brasília, o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, que anunciava detalhes do Plano Nacional de Segurança, disse que a matança não foi uma retaliação pelo massacre de Manaus, no qual integrantes do PCC foram mortos pela facção Família do Norte (FDN), aliada do Comando Vermelho, que está em guerra com o PCC.
“Não é uma retaliação. Houve a separação dessa facção (PCC) nesse presídio. Então, todos ali eram da mesma facção. Os que morreram eram estupradores e rivais internos que haviam, segundo as informações ainda iniciais, traído os demais. Na linguagem popular, seria um acerto interno, o que não retira a gravidade do fato”, disse o ministro.
De acordo com informações do governo estadual, os detentos quebraram os cadeados e invadiram a ala 5, a cozinha e o ‘cadeião’, onde estavam os presos de menor periculosidade, e mataram os detentos. Agentes penitenciários disseram que não houve fugas. A Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado informou, por meio de nota, que o Bope da Polícia Militar está no local.
A maioria das vítimas foi decapitada, teve o coração arrancado e foi desmembrada. Os corpos foram jogados em um corredor que dá acesso às alas. A brutalidade é semelhante à verificada nas mortes no massacre de Manaus/AM.