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Presidente do Banco da Amazônia fala sobre investimentos no Acre para 2017

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Principal agente financeiro de fomento do Governo Federal na Amazônia Legal, o Banco da Amazônia divulgou recentemente seu Plano de Aplicação de Recursos para 2017. Somente do Fundo de Desenvolvimento Constitucional do Norte (FNO) há R$ 368 milhões para aplicar no Estado. O presidente da Instituição, Marivaldo Gonçalves de Melo, fala ao Jornal A GAZETA do Acre sobre esses investimentos, a conjuntura econômica atual, a atuação do Banco e a criação da Central de Crédito no Estado, a pioneira no Banco.

Quais as áreas prioritárias de investimentos na região e o que está previsto para o Estado do Acre?

Marivaldo Melo: Temos para aplicar na Região Amazônica neste ano o valor de R$ 7,9 bilhões, dos quais R$ 4,6 bilhões são do FNO. Nossas prioridades estão voltadas a projetos sustentáveis que contribuam para a melhoria da qualidade de vida da população, a inclusão social e a redução das desigualdades regionais e locais, conforme a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR). Do total dos recursos, pretendemos aplicar no Acre R$ 368 milhões, sendo R$ 322 milhões do FNO e R$ 46,84 milhões de crédito de sua carteira comercial, recursos esses que atenderão empreendimentos de todas as regiões do Estado.

O nosso compromisso é aplicar o FNO em 100% dos municípios do Estado, priorizando a mesorregião Vale Rio Acre e tipologia PNDR nas regiões de menor dinamismo. Queremos beneficiar toda base produtiva do Estado, alavancar empreendimentos na Fruticultura (cadeia de açaí, banana e outras); o cultivo da mandioca e industrialização de farinha e derivados e Fomento a Piscicultura; as Cadeias de Borracha, Castanha, Pecuária Leiteira e Criação de pequenos animais (suínos e aves, ovinos e caprinos); Cafeicultura, previsto para os municípios de Assis Brasil, Brasileia, Manoel Urbano, Plácido de Castro e Sena Madureira.

No que concerne aos investimentos e realização de negócios sustentáveis nas mesorregiões e microrregiões as oportunidades englobam, por exemplo, investimentos em hortifrutigranjeiros, avicultura, suinocultura, ovinocultura, caprinocultura, agroindústrias, apicultura e piscicultura.

No que diz respeito aos Arranjos Produtivos Locais, na Pecuária Leiteira, por exemplo, a intenção do Banco da Amazônia é a de investir em produção, envolvendo áreas como a genética, para transferência de embriões; aquisição de matrizes e touros; ciência, tecnologia e inovação e assistência técnica, e o manejo, para recuperação de pastagens; formação de campineiras e silagem; pastio rotativo; capacitação técnica; capacitação do produtor; ciência, tecnologia e inovação e assistência técnica.

A sua visita ao Estado do Acre marca a abertura da primeira Central de Crédito do Banco da Amazônia. O que representa essa mudança na Instituição?

Marivaldo Melo: A centralização do processo de crédito integra a reestruturação dos processos internos do Banco da Amazônia e vai permitir que as agências realizem um atendimento integral à clientela. O primeiro projeto piloto das Centrais de Crédito está sendo lançado no Acre e mudará totalmente o processo de análise e liberação de recursos. Hoje, cada agência realiza essa análise e encaminha para a sede do Banco. Com a centralização, toda a análise, liberação e acompanhamento do crédito serão realizadas de forma padronizada, o que possibilitará ao cliente fazer o acompanhamento sobre o andamento do seu pedido de financiamento.

Queremos dar mais celeridade ao processo de aprovação de projetos mais qualificados e, consequentemente, responder às demandas com mais proatividade. Toda a parte de análise vai ser tirada das agências e todo o processo será uniformizado e digitalizado. A principal vantagem para o cliente é que ele poderá acompanhar o andamento de aprovação do seu pedido de financiamento junto ao Banco de uma forma mais acessível.

A abertura da Central de Crédito demonstra a preocupação do Banco em sempre aperfeiçoar os seus instrumentos para melhor atender a sociedade. E essa mudança terá ainda mais um reforço com o aplicativo Terras, que vai dar mais agilidade à análise dos projetos pelas equipes da área de crédito do Banco, pois o cliente mesmo poderá enviar as informações pelo programa. Além da praticidade, o projeto enviado para o Banco por meio do APP passará por uma analise que vai acusar se a área de pretensão está comprometida com desmatamentos ou sendo construída próximo de áreas indígenas ou reservas ambientais ou em áreas que praticam trabalho escravo. Este aplicativo será lançado em fevereiro e oferecerá um processo mais simplificado e com rapidez, para que o cliente se sinta satisfeito e seguro com nossos serviços.

O Banco da Amazônia vai assinar um Protocolo de Intenções com o Governo do Estado no próximo dia 30 de janeiro. O que esse prevê este documento para o Acre?

Marivaldo Melo: O Protocolo de Intenções que será assinado entre o Banco da Amazônia e o Governo do Acre prevê a mobilização e a integração das classes produtivas e demais parceiros institucionais para a utilização dos valores disponíveis no Plano de Aplicação de Recursos do Banco da Amazônia 2017. O trabalho conjunto prevê, ainda, contribuir com a estruturação e o fortalecimento dos aglomerados econômicos, arranjos produtivos locais e as cadeias produtivas do Estado e criar iniciativas que reduzam as desigualdades locais.

A parceria também objetiva a promoção da cultura do empreendedorismo consciente, estimulando e apoiando a adoção de melhores práticas produtivas sustentáveis, por meio de negócios que gerem a distribuição de renda, criem oportunidades de ocupação de mão de obra e de emprego e promovam a inclusão social.

Para cumprir com esses objetivos, caberá ao Banco atuar de acordo com as políticas dos Governos Federal e Estadual, apoiar o fortalecimento do associativismo e do cooperativismo de produção do meio rural, agroindustrial e industrial e assegurar recursos para financiar o investimento, custeio e capital de giro.

Já ao Governo Estadual caberá potencializar o agronegócio, promovendo a inserção da produção familiar nos mercados, bem como os setores industriais e de serviços, a partir da expansão de atividades de maior demanda de mão de obra, intensificando a geração de emprego e renda. E, ainda, assegurar e disponibilizar os serviços de assistência técnica e extensão rural do Estado e garantir recursos financeiros para melhorar e expandir a infraestrutura econômica básica em áreas prioritárias.

Neste ano, o Banco da Amazônia completa 75 anos na região. Neste período de atuação institucional, o que o senhor destacaria como relevante na atuação da Instituição?

Marivaldo Melo: Desde o princípio, o Banco da Amazônia tem pautado sua atuação, visando potencializar os negócios locais e o progresso da região e da população que aqui vive, aliado ao desenvolvimento harmônico com o meio ambiente. Ao longo desse tempo, temos sido fundamentais para assegurar que os empreendedores da Amazônia Legal atuem de forma mais competitiva no mercado nacional e global, em consonância com a Política de Responsabilidade Socioambiental. Hoje respondemos por mais de 63% do crédito de fomento da região, participando de projetos estratégicos nas áreas de infraestrutura, logística, biodiversidade, ciência e tecnologia, cultura, dentre outras, ofertando um leque de produtos e serviços para os mais variados empreendimentos, do turismo ao agronegócio, da cultura às atividades de comércio dos mais variados portes. Isso demonstra o quanto somos estratégicos para uma Amazônia mais forte e competitiva e, particularmente, para encurtar distâncias com as demais regiões do país.

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