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Não resolvem o problema maior

Ainda sobre as enchentes “históricas” que estão ocorrendo em Cruzeiro do Sul, Tarauacá e municípios vizinhos, que ontem receberam a visita do ministro da Integração Nacional, convém insistir que esses poucos recursos que virão para assistir os desabrigados não resolvem o problema maior desses e de outros municípios do Estado.

No próximo “inverno amazônico” outras alagações “históricas” se sucederão, porque as verdadeiras causas que as provocam não são combatidas. A principal delas, a devastação da floresta e das matas ciliares ao longo desses grandes rios que cortam as sedes desses municípios.

Convém lembrar que, praticamente, todas as cidades do Acre se formaram às margens dos rios e “os rios é que comandavam a vida”, para usar uma expressão cunhada pelos historiadores. Esta dinâmica mudou desde o século passado e com o crescimento ou “inchaço” das cidades com o êxodo rural, seus moradores ficaram expostos a essas grandes cheias.

O que se tem a fazer, primeiro, é estancar a devastação da floresta e redirecionar o crescimento das cidades para áreas mais elevadas, como já se vem fazendo em Rio Branco há alguns anos e agora com a construção da Cidade do Povo.

Ou se faz isso ou os habitantes desses municípios que vivem às margens dos rios estarão condenados a sofrer as consequências desses fenômenos a cada ano que passa.

A Gazeta do Acre: