O assessor da presidência para assuntos econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomercio/AC), Alex Barros, concedeu entrevista a um canal televisivo local no último sábado, 4, para falar a respeito do mercado de trabalho no estado, que foi positivo no mês de janeiro. Segundo o Barros, o Acre vive uma situação diferente do resto do País.
Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que leva em conta os empregos formais, apenas no comércio, houve o crescimento de 107 postos de trabalho no primeiro mês de 2017.
“O que leva esse crescimento é a saúde financeira positiva, ou seja, o Acre estava bem com as finanças, mesmo identificando, em novembro de 2016, dificuldades no pagamentos de salários. Apesar disso, houve um resultado benéfico ainda no mês de dezembro, já que foi fornecido o pagamento de salários e de fornecedores”, explicou Barros.
No mais, de acordo com o assessor, o Produto Interno Bruto (PIB) setorial do Acre possui 50% da receita vinda do setor público, de modo que, em 2016, tanto o governo estadual quanto a prefeitura de Rio Branco pagaram em dia o salário do mês de dezembro e o 13º. “Isso aumenta o consumo, gera liquidez e, consequentemente, o empresário precisa aumentar o posto de trabalho, necessita contratar”, afirmou.
Para Barros, ações como estas mostram o fortalecimento do comércio atual, levando-se em consideração, também, a indústria e a pecuária. “Os três [indústria, pecuária e comércio] representam 70% do valor adicionado à economia acreana, e merecem políticas públicas. O comércio, vale destacar, é o setor que mais emprega e gera desenvolvimento no Acre”, reiterou.
Ao ser questionado se o governo deve trabalhar em consonância com o comércio, Barros foi enfático. “Há a necessidade de políticas que incentivem o desenvolvimento comercial. O empresário, hoje, por falta de incentivo, não consegue gerar emprego, renda e consumo. Com isso, a economia se reduz aos poucos. Devemos lembrar que o lado comercial tem, justamente, o papel de alavancar a economia”.
O assessor também comentou as perspectivas econômicas para o primeiro semestre de 2017. “Tivemos várias projeções do Banco Central. Houve a redução da taxa Selic, os juros ficaram mais baixos, os bancos reduziram os impostos desde o último dia 1 de março, sem contar a liberação dos R$ 40 bilhões em FGTS [Fundo de Garantia por Tempo de Serviço]. São medidas que devem aquecer a economia. Porém, até o primeiro semestre, não podemos ter um resultado eufórico. A economia deve se estabelecer, mas apenas a partir do segundo semestre podemos contar com um crescimento”, disse.
Alex acrescentou, também, que o empresário deve contar, atualmente, com perspectivas melhores, principalmente por conta da liberação de recursos do Governo Federal. “Alguns ajustes precisam ser feitos, mas o objetivo do governo estadual é fortalecer a economia acreana”, finalizou.