A Campanha da Fraternidade 2017 tem como tema Biomas Brasileiros e defesa da vida. O movimento liderado pela Igreja Católica e tem como objetivo este ano dar ênfase à diversidade de cada bioma, promover relações respeitosas com a vida, o meio ambiente e a cultura dos povos que vivem nesses biomas. A Campanha é lançada no início do período conhecido como Quaresma, que se inicia após a quarta-feira de cinzas.
Um bioma é formado por todos os seres vivos de uma determinada região, cuja vegetação é similar e contínua, o clima é mais ou menos uniforme, e a formação tem uma história comum. No Brasil temos seis biomas: Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, Pantanal, Caatinga e Pampa. O ambiente que vivemos interessa a todos os seres humanos, independentemente de sua religião, credo, ou mesmo sem nenhum deles.
Entre as ações propostas estão o aprofundamento de estudos e debates nas escolas públicas e privadas sobre o tema abordado pela campanha. Segundo a CNBB, o fortalecimento das redes e articulações, em todos os níveis, também é proposto com o objetivo de suscitar nova consciência e novas práticas na defesa dos ambientes essenciais à vida. Além disso, o texto chama a atenção para a necessidade de a população defender o desmatamento zero para todos os biomas e sua composição florestal.
No campo político, o texto-base da campanha incentiva a criação de um projeto de lei que impeça o uso de agrotóxicos. “Ele indica ainda que combater a corrupção é um modo especial para se evitar processos licitatórios fraudulentos, especialmente em relação às enchentes e secas que acabam sendo mecanismos de exploração e desvio de recursos públicos”, informou a CNBB.
Na mensagem do papa Francisco ele diz que “Este é, precisamente, um dos maiores desafios em todas as partes da terra, até porque as degradações do ambiente são sempre acompanhadas pelas injustiças sociais”.
O papa também destacou que o desafio global pela preservação, “pelo qual toda a humanidade passa”, exige o envolvimento de cada pessoa junto com a atuação da comunidade local. Para ele, os povos originários de cada bioma ou que tradicionalmente neles vivem oferecem um exemplo claro de como a convivência com a criação pode ser respeitosa.
De acordo com o arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, ninguém pode assistir passivamente à destruição de um bioma, por isso o assunto não pode ser deixado de lado pela Igreja.
“Há muito a ser feito por cada um espontaneamente, como mudança no padrão de consumo, cuidados com a água e com o lixo doméstico, mas necessitamos de iniciativas comunitárias, que exigem a participação do Poder Público e ações efetivas dos governos”, disse. “Precisamos de um modelo econômico que não destrua os recursos naturais”, ressaltou.
No Brasil, a Campanha da Fraternidade existe há mais de 50 anos. (Com informações Agência Brasil)