Rafaela Monteiro, 27 anos, é mãe do pequeno Luiz Henrique, de 1 ano e 7 meses. Já nos primeiros meses de vida do filho, que tem Síndrome de Down, Monteiro começou a enxergar o mundo por outro ângulo e resolveu compartilhar a rotina de Luiz no Instagram.
“Aprendendo isso com o Luiz, eu decidi compartilhar um pouco da minha vida, e mostrar que a Síndrome de Down não é aquilo que a maioria das pessoas ainda pensa. Comecei a mostrar como era minha maternidade, uma maternidade cheia de amor. Ele é uma criança muito carinhosa, muito inteligente, capaz de aprender”, contou.
Monteiro explica que a ideia é trocar informações e experiências com outras mães de crianças com Down. “A Síndrome de Down não é uma doença. É uma condição genética, ao invés de eles nascerem com 46 cromossomos, eles nascem com 47. A ideia é dividir mais sobre o assunto, fazer com que as pessoas conheçam melhor”.
Hoje, a página Meu Lado Materno tem quase 60 mil seguidores. Diariamente a mãe de Luiz publica fotos e vídeos do pequeno com looks divertidos, durante as refeições e até da hora do banho. Uma fofura só!
“Recebo muitas mensagens, muitas pessoas agradecem pelo carinho e por cuidar do Luiz tão bem. Eu consigo ter um diálogo com meus seguidores. Têm mães que me procuram desesperadas. Eu ligo, converso. Muitas seguidoras conversam comigo e acabam se tornando amigas. O que eu posso ajudar, mesmo distante, eu faço”.
Sobre preconceito e inclusão
Apesar de nunca ter vivido uma situação de preconceito devido à deficiência do filho, Rafaela diz que já recebeu comentários maldosos nas redes sociais. Para ela, a melhor forma de lidar com a situação é relevar. “É uma coisa que eu prefiro bloquear, que eu não absolvo para a minha vida”.
A mãe acredita que a inclusão de pessoas com deficiência tem sido cada vez mais frequente seja no mercado de trabalho, instituições de ensino, ou na vida social. “Mudou muito de antigamente pra cá. A inclusão está sendo muito mais aceita pela sociedade. Eu vejo historias maravilhosas, vejo adolescente com Down abrindo restaurantes, passando em vestibular. Cada matéria me motiva mais ainda a pensar no futuro do meu filho, e ter certeza que ele será um grande homem”, acrescentou Rafaela.
I Seminário sobre Síndrome de Down
Em alusão ao Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado nesta terça-feira, 21 de março, o grupo Família Down Acre promove o 1º Seminário sobre Síndrome de Down. O evento será realizado das 8h às 11h30, no auditório do Centro de Especialidades da Unimed.
Os palestrantes do seminário serão: a médica geneticista, Bethânia Freitas, o advogado, Mario Pessoa, o deputado estadual, Ney Amorim, e o coordenador de Ensino Especial do Município, Joaquim Oliveira.
Monteiro, que faz parte do grupo, explica que o objetivo do evento trazer informações sobre o assunto, não somente para pessoas que possuem algum familiar com Down, mas para a sociedade em geral. “Às vezes o preconceito é falta de conhecimento. Não saber o que realmente é aquilo. O nosso papel é levantar a bandeira com orgulho. Bater no peito e dizer: meu filho tem Síndrome de Down. Quem quiser aprender, as portas estarão abertas”.