Por determinação da justiça, as pontes que ligam o Brasil à Bolívia, em Epitaciolândia e Brasileia, no Acre, foram liberadas na manhã de ontem, 3. O mandado foi cumprido por policiais federais e militares.
As pontes haviam sido interditas por familiares do trabalhador rural Sebastião Nascimento, de 33 anos. Eles acusam a polícia boliviana de ter “sequestrado” o homem do município de Epitaciolândia, no dia 11 de fevereiro. Os familiares acreditam que Nascimento tenha sido levado para Cobija (BO).
Para chamar atenção das autoridades brasileiras, a família do trabalhador rural fechou as duas pontes, que ligam o Acre à Bolívia, na quarta-feira, 1. O protesto continuou na quinta, 2.
Segundo a irmã de Nascimento, Dilma Nogueira, de 37 anos, o homem teria sido levado amordaçado pelos policiais, que invadiram a casa e chegaram a efetuar disparos no local. “Não foi uma prisão, eles sequestraram”, acrescentou.
Ainda segundo Nogueira, o caso foi denunciado à Polícia Federal (PF) e Ministério Público do Acre (MP/AC). Ela conta que a família participou de uma audiência na cidade boliviana na quarta-feira, 1º, mas que nada foi resolvido.
Dilma explica que as autoridades bolivianas não apresentaram provas sobre qualquer crime que Nascimento possa ter cometido. “Queremos que, se ele deve algo, que pague no Brasil, que ele seja devolvido”.
Prejuízos
A interdição causou prejuízos para os comerciantes dos dois países. De acordo com representantes das empresas de transporte, cerca de 60 carretas ficaram paradas no antigo aeroporto de Epitaciolândia carregadas, gerando uma perda diária de U$ 150 mil.