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Você sabe quais foram as palavras de Jesus no alto da cruz?

Querido(a) leitor(a) do Jornal A GAZETA, Paz e Bem! A Semana Santa é o grande momento em que nós Cristãos percorremos os passos dolorosos de Jesus, e participamos de sua Ressurreição. Somos convidados a fazer um processo de conversão e principalmente uma renovação de vida. Todo este caminho a ser trilhado por Jesus tem seu início no Domingo de Ramos e se estende até o Domingo de Páscoa. Nesta semana vivemos de modo especial a Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O profeta Isaías mostra-nos que Jesus Cristo foi para a cruz “como um cordeiro que se conduz ao matadouro (Ele não abriu a boca)” (Is 53,7).

Mas o Senhor quis deixar-nos as suas últimas palavras, já pregado na Cruz. Sabemos que as últimas palavras de alguém, antes da morte, são aquelas que expressam as suas maiores preocupações e recomendações. A Igreja sempre guardou essas “Sete Palavras” com profundo amor, respeito e devoção, procurando tirar delas todo o seu riquíssimo significado. E você, querido(a) leitor(a), conhece o significado de Suas palavras? O que posso tirar para a minha vida? Permita que o Senhor fale diretamente ao seu coração:

1 – “Pai, perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem” (Lc 23,34)

Com essas palavras Jesus selava todo o seu ensinamento sobre a necessidade de “perdoar até os inimigos” (Mt 5,44). Na Cruz o Senhor confirmava para todos nós que é possível, sim, viver “a maior exigência da fé cristã”: o perdão incondicional a todos. Na Cruz Ele selava o que tinha ensinado: “Não resistais ao mau. Se alguém te feriu a face direita, oferece-lhe também a outra… Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem.

Deste modo sereis filhos do vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons” (Mt 5,44-48). “Se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará”(Mt 6,14). Certa vez Pedro perguntou-Lhe: “Senhor, quantas vezes devo perdoar meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?” “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt 18, 21-22).

2 – “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23,43)

Com essas palavras de perdão e amor ao “bom” ladrão, Jesus nos mostra de maneira inequívoca o oceano ilimitado de sua misericórdia. Bastou Dimas confiar no Coração Misericordioso do Senhor, para ter-lhe abertas, de imediato, as portas do Céu.

Não é à toa que a Igreja ensina que o pior pecado é o da desesperança, o de não confiar no perdão de Deus, por achar que o próprio pecado possa ser maior do que a infinita misericórdia do Senhor. Uma grande tentação sempre será, para todos nós, não confiar na misericórdia de Deus. Santa Teresinha do Menino Jesus dizia: “como a misericórdia e a bondade do coração de Jesus são pouco conhecidas”! “Jesus, eu confio em Vós”.

3 – “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” (Mt 27,46)

Estas palavras, que também estão no Salmo 21, mostram todo o aniquilamento do Senhor. É aquilo que São Paulo exprimiu muito bem aos filipenses: “aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo” (Fil 2,8). Depois de tudo isto “ninguém tem mais o direito de duvidar do amor de Deus”. Será uma grande blasfêmia alguém dizer que Deus não lhe ama, depois que Jesus sofreu tanto para assumir em si o pecado de todos os homens e de cada homem. Paulo disse aos Gálatas: “Ele morreu por mim” (Gal 5,22).

4 – “Mulher, eis aí o teu filho”…“Filho, eis aí tua Mãe” (Jo19,26)

Tendo entregado-se todo pela nossa salvação, já prestes a morrer, Jesus ainda nos quiz deixar o que Ele tinha de mais precioso nesta vida, a sua querida Mãe. E como Jesus confiava nela! A tal ponto de querê-la para nossa Mãe também. Todos aqueles que se esquecem de Maria, ou, pior ainda, a rejeitam, esquecem e rejeitam também a Jesus, pois negam receber de Suas mãos, na hora suprema da Morte, o seu maior Presente para nós.

5 – “ Tenho sede! ” (Jo 19,28)

Dizem os Padres da Igreja que esta “sede” do Senhor mais do que sede de água, é sede de almas a serem salvas, com o seu próprio Sacrifício que se consumava naquela hora. E esta “sede” de Jesus continua hoje, mais forte do que nunca. Muitos ainda, pelos quais ele derramou o seu sangue preciosíssimo, continuam vivendo uma vida de pecado, afastados do amor de Deus e da Igreja. Quantos e quantos batizados, talvez a maioria, em sequer vai à Missa aos domingos, não sabe o que é uma Confissão há anos, não comunga, não reza, enfim, vive como se Deus não existisse…

6 – “Tudo está consumado” (Jo 19,30)

Nos diz São João: “sabendo Jesus que tudo estava consumado…”, isto é, Jesus tinha plena consciência que tinha cumprido “toda” a sua missão salvífica, conforme o desígnio santo de Deus. Enquanto tudo não estava cumprido, Ele não “entregou” o seu espírito ao Pai. Assim, fica bem claro que a nossa salvação depende agora de nós, porque a parte de Deus já foi perfeitamente cumprida até às últimas consequências.

7 – “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46)

Confiando plenamente no Pai, que Ele fizera também nosso Pai ao assumir a nossa humanidade, Jesus volta para Aquele que tanto amava. É o seu destino, o coração do Pai; e é o nosso destino também. Ao voltar para o Pai, Jesus indica o nosso fim; o seio do Pai, o Céu.

Não somos discípulos do Cristo da sepultura. Reunimo-nos em torno do Ressuscitado. Aquele que foi levantado na cruz atraiu todos os olhares. Nós também, com o olhar da fé, contemplamos aquele que foi traspassado. Vivemos na Igreja que, de alguma forma, é albergue do Ressuscitado. Nesse tempo não nos cansamos de cantar os aleluias. Lembremos dos Cristãos perseguidos e mortos na Síria e Egito, são os mártires de nosso tempo, seguidores do Cristo Ressuscitado.
Feliz Semana Santa de Paz e Bem. Feliz Páscoa.

Fonte: Prof. Felipe Aquino

Interino do Frei Paulo Roberto
Narciso Cândido L. Neto
Coordenador do grupo Amigos de Francisco e Clara
Articulador para a criação em Rio Branco da Fraternidade da Ordem Franciscana Secular – OFS
Encontro todo 4º domingo do mês, na Paróquia Santa Inês, às 07:00 horas

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