Com o objetivo de relatar o drama silencioso vivido por milhares de homens e mulheres, que foram enviados do Nordeste do país para a Amazônia como parte do esforço de guerra conhecido como a “Batalha da Borracha”, o livro “Soldados da Borracha – Os Heróis Esquecidos” será lançado nesta quinta-feira, 27, na Livraria Paim, às 18h.
Os responsáveis pela obra são o historiador Marcos Vinícius Neves e a jornalista Ariadne Araújo, baseados no projeto de Wolney Oliveira. De acordo com Marcos Vinícius, o livro faz parte de um projeto que surgiu a partir de um documentário que ouviu muitas histórias sobre os soldados da borracha.
“O primeiro documentário foi feito há uns seis anos, chamado ‘Borracha para vitória”, e o resultado foi tão bom que ele decidiu fazer um segundo de longa metragem. E aproveitando a produção desse documentário, Wolney Oliveira aprovou um projeto para publicar também um livro e me chamou para ajudar. Foi um trabalho muito prazer em fazer. Me desafiei a conta histórias ao estilo Guimarães Rosas”, contou Neves.
A obra possui 250 páginas e foi dividido em 11 capítulos com um formato de álbum incluindo depoimentos, fotos tanto de época como as que fizeram durante a pesquisa. Além da recente história a respeito da trajetória no Congresso Nacional do pagamento de indenizações aos soldados da Borracha.
Neves afirma que a história da ‘Batalha da Borracha’ diz respeito a uma boa parte da história de vida das famílias acreanas mais tradicionais.
“Eram trabalhadores que vieram para o Acre e aqui construíram suas famílias, ajudando a construir e desenvolver esse estado. É um trecho muito importante da história que foi ignorado por um tempo. Foi a oportunidade de incluir nessa história, novas informações e ter outra visão sobre isso”, disse o historiador.
A principal dificuldade, de acordo com Marcos Vinícius foi a injustiça que foi cometida a essas pessoas. “Muitos morreram sem ver atendida seus direitos que foram prometidos na época da guerra da borracha. Para muitos deles, é a guerra sem fim. Inclusive, durante os depoimentos eles falam que não foram avisados sobre o fim da guerra. E permaneceram escravos dos seringalistas por muito tempo”, comentou.