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VALOR DA EDUCAÇÃO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

Embora educação e a ética estejam relacionadas desde os primórdios da humanidade, observa-se um distanciamento entre a teoria e a prática. Pois ao tempo em que as pessoas reconhecem ser a educação o motor do mundo, o governo não valoriza os profissionais de educação e as verbas para esse fim são ínfimas.

De sorte que no sistema educacional do Brasil, por exemplo, não há diretor, nem orientador ou professor que não se digam comprometidos com a relevância da ética para o agir educativo. Mesmo assim, ao primeiro olhar sobre a estrutura curricular e o quotidiano escolar, constata-se que a ética ocupa um lugar bastante singelo, muitas vezes restrito a um recorte disciplinar ou, quando muito, a uma atividade transversal no ambiente das escolas.

Na raiz desse aparente ou real desinteresse há, no meu olhar, uma questão muito concreta: o que pode ou deve a escola fazer, em termos de educação ética, no contexto de uma sociedade democrática e pluralista que não dispõe de valores em torno dos quais haja consenso e que não parece disposta a inculcar nos jovens valores ou formas de comportamento que os conduza a um futuro mais seguro e melhor.

Parece, nesse cenário frio, que a sociedade multicultural, ainda não está fortalecida ou consciente da importância da mobilidade social nessa era de globalização. O mundo mudou, a educação deve mudar, avançar, multiplicar seus valores e visões, que irão se refletir no ser humano, que deve ser, SEMPRE, o centro do Universo.

Então, avista-se é um alheamento, uma disparidade entre o ensino, a educação e a ética. Não são, somente, diferenças macro como são entre primeiro e terceiro mundo. Há diferenças microculturais existentes no interior das comunidades, entre os vários grupos sociais, culturais e étnicos, todos a exigir, de forma diferenciada, de educação e ética. A escola é o ambiente sagrado, sacrossanto, onde as famílias devem deixar seus filhos em segurança, para que possam trabalhar e ajudar a escola a Educar o Mundo.

Entendo que a escola atual encontra-se diante de um desafio de difícil solução: como aproximar a educação das necessidades sociais e do mundo ético? Como despertar nas autoridades o dever de fazer cumprir os preceitos constitucionais? Como fazer nascer no seio da sociedade à consciência de que sem educação e ética o mundo caminha para o caos? É urgente valorizar a Educação, o Educador, o jovem educando.

No mundo moderno, essa noção de VALOR é retomada por Thomas Hobbes (1588-1679), que diz o seguinte: “o valor não é absoluto, mas depende da necessidade de um juízo”. Valor, portanto, é aquilo que é estimado como tal, através de um juízo, por um grupo de pessoas que constitui a sociedade.

E para implantar esse sonhado sistema educacional de valor ético, a natureza humana deve se submeter a regras de disciplina, cultivo do saber, respeito às pessoas, valor à vida, moralização dela. Todavia, esses papéis não podem ser desempenhados somente pelo professor. Deve haver compromisso político do governo, com a participação de toda sociedade. Assim, todos devem saber que o professor transmite informações e o educador educa para a vida.

Acredita-se que “O bom professor”, deve estar, ele mesmo, comprometido com a ideia de liberdade, a qual é ao mesmo tempo o objetivo de sua atividade educativa, na medida em que almeja transformar o educando num cidadão esclarecido, maduro, autônomo, capaz de se autodeterminar, bem como responder por seus atos.

Do ponto de vista educacional, isto significa que o professor deve levar os seus alunos a refletir sobre quais são os valores com os quais podem sentir-se comprometidos e responsáveis. A tarefa educativa fica reduzida ao estímulo da reflexão pessoal e do esclarecimento e orientação aos alunos. Cada indivíduo é responsável pela construção de sua própria vida. E, naquilo que diz respeito aos valores de ordem pública e social, serão as contribuições científicas e técnicas que irão decidir o futuro da nação, dos jovens, da educação de qualidade. Avança, Brasil!

DICAS DE GRAMÁTICA
Diferença entre “onde” e “aonde”
Onde = que lugar, em que lugar, qual lugar. Indica permanência, uma ideia estática, o local em que se encontra ou ocorre algo. Vem normalmente acompanhado de verbos que indicam estado ou permanência.

Exemplos:
Onde você está?
De onde você está teclando?
Não sei onde ele estava e nem perguntei.
Afinal, onde você mora?
Aonde = a que lugar, para onde. É a junção da preposição “a” + onde. Dá a ideia de deslocação. Vem normalmente acompanhado de verbos que indicam movimento como ir, chegar, retornar, voltar e outros.

Exemplos:
Aonde você vai a essa hora?
Aonde nos levará esse avião?
José ficou perdido, simplesmente não sabia aonde ir.

Luísa Galvão Lessa Karlberg – É Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montreal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Presidente da Academia Acreana de Letras; Membro da Academia Brasileira de Filologia; Membro perene da IWA; Professora aposentada da UFAC; Embaixadora da Poesia pela Casa Casimiro de Abreu; Pesquisadora DCR – CNPq/FAPAC; Poeta, Escritora
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