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A única saída

Como fora anunciado, as centrais sindicais e outros movimentos sociais cercaram ontem, literalmente, o Congresso Nacional para protestar e exigir que deputados e senadores suspendam a tramitação das reformas da Previdência Social e das leis trabalhistas e, por extensão, a renúncia do presidente Michel Temer.

Mesmo diante dos protestos, cinicamente, os parlamentares da base de sustentação do Governo alegam que as reformas devem ser feitas porque o país não pode parar. Como se já não tivesse parado diante dos últimos acontecimentos em que o presidente da República, alguns de seus auxiliares mais diretos e um senador foram flagrados em um esquema de recebimento de propinas dos mais escandalosos.

Se algumas reformas precisam ser feitas – e em algumas questões, talvez sejam necessárias – não serão com a assinatura de presidente sem legitimidade e agora sob suspeita nem de um Congresso com quase metade de seus membros igualmente envolvidos em todo tipo de corrupção.

Façam as manobras que quiserem, mas não há outra saída para este país senão a convocação imediata de novas eleições diretas tanto para presidente como para um novo Congresso. Aí sim haverá legitimidade e as condições necessárias para propor reformas e soluções para resolver os graves problemas que a sociedade está vivendo.

A Gazeta do Acre: