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Muito a temer

Mesmo diante das provas irrefutáveis apresentadas até agora, o presidente Michel Temer afirmou, em pronunciamento ontem à tarde, que não renunciará, agravando ainda mais a crise institucional que chegou aos extremos, de consequências imprevisíveis.

Na verdade, sua decisão não se baseia no fato de que, como disse, não tem nada a temer. Diante das provas, ele tem sim muito a temer e só não renuncia porque perderia o for privilegiado de presidente da República, seria julgado e iria parar atrás das grades fazendo companhia a seus comparsas, para vergonha nacional e internacional.

Diante dessa decisão, é de esperar agora que o Supremo Tribunal Federal não se acovarde e cumpra com suas obrigações, impedindo que o país seja governado por um presidente fora-da-lei, cercado por um bando de ministros também comprovadamente corruptos e que estão se escudando, igualmente, no foro privilegiado para não serem presos.

Do atual Congresso Nacional, resguardando as devidas exceções, pouco ou nada se pode esperar. O que se espera é que a sociedade civil organizada acorde da letargia e saia às ruas para exigir a solução mais recomendada para acabar com essa situação vergonhosa: eleições diretas, já, para presidente e para o Congresso.

A Gazeta do Acre: