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“É preciso debater com as pessoas, a renovação das ideias”, afirma presidente do PT no Acre, Daniel Zen

 O Partido dos Trabalhadores realizou nos dias 4 e 5 de abril o 6º Congresso Estadual da sigla no Acre. Na ocasião, o líder do governo na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Daniel Zen, foi oficializado como o novo presidente da sigla. Em conversa com a equipe do jornal A GAZETA o presidente falou em trabalhar durante os próximos anos no PT em três eixos. A prioridade será a “organização paritária”.

Segundo Zen, as estratégias de fortalecimento são bem simples: em primeiro lugar, é necessário fortalecer o partido do ponto de vista da quantidade de filiados, mas também do ponto de vista do diálogo com os movimentos sociais e suas bases, em cada município. Em segundo lugar, é necessário também debater o programa, ou seja, o que pensamos para o futuro do Acre para o próximo ciclo de 20 anos. E, em terceiro lugar, é preciso definir a estratégia eleitoral para os próximos embates, em especial o de 2018.

“Apresentar nomes novos, para as disputas eleitorais, por si só, não assegura a renovação. É preciso debater, com as pessoas, a renovação das ideias. A ideia e fortalecer a unidade da Frente Popular do Acre (FPA) a partir do crescimento dos partidos e também do estabelecimento de um programa que nos unifique. Nossa aliança sempre foi mais programática do que propriamente ideológica. Fortalece do nosso programa, fortalecemos nossa aliança”, reforçou o presidente.

A posse do Diretório ocorre no próximo dia 24. Mesmo assim, o presidente eleito já traçou um planejamento para as próximas semanas e executa uma agenda de trabalho por meio de ciclo de conversas individualmente com os partidos.

“Sabemos que as eleições 2018 serão difíceis. Apesar de que é cedo para projetar resultado. Acredito que até setembro deste ano teremos uma definição sobre os nomes das pré-candidaturas para o Senado e Governo do Estado”, destacou Zen.

2 – Eleições 2018

“Neste domingo, 14, ocorre à reunião de Conselho Geral com todos os partidos, deputados estaduais e federais, senador e governador. Na ocasião, deverá ser apresentado formalmente a deliberação do PT sobre as pré-candidaturas ao Senado Federal de Ney Amorim e de Jorge Viana”, adiantou Zen.

Sobre os nomes, o presidente destaca que o entendimento é do compromisso de natureza moral com a reeleição de Jorge Viana. “Pela importância de todo o patrimônio que ele representa para o PT. O PT está muito comprometido nisso. Ele personifica toda essa trajetória de Frente Popular. Foi o precursor da vitória. Com ele inauguramos a fase de exercício do poder. Até então era o exercício da luta para chega no poder, através dos movimentos sociais”, ressaltou.

A respeito da candidatura de Ney Amorim, Daniel afirma que representa uma oxigenação na chapa majoritária. Já sobre as pré-candidatura para o governo do estado, já existe o entendimento de três nomes, são eles: Marcus Alexandre, Nazareth Araújo e o próprio Daniel Zen, além de Emylson Farias,

“Quando colocaram meu nome e eu fui consultado falei que aceitava sob uma condição de que nós temos um pré-candidato tido como favorito hoje que é o prefeito. Se por algum motivo ele não for, meu nome estará à disposição”, explicou.

Ainda comentando sobre pré-candidatura, Daniel respondeu com muita tranquilidade sobre a possível pretensão do secretário Emylson Farias em concorrer ao governo do Estado pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT).

“A filiação dele ao PDT não é uma realidade ainda. Mas, conversei com o Luiz Tchê e com o Emylson e parece que as conversas estão adiantadas. Não é a primeira vez que acontece esse tipo de convite ao Emylson. Na nossa moção, ficou claro que asas indicações de outros partidos dentro da Frente Popular seriam recebidos com carinho”, comentou.

OLHO: Se por algum motivo Marcus Alexandre não for, meu nome estará à disposição”, explicou.

3 – ‘Bullying’ nos candidatos que eram secretários

O presidente do PT afirmou que a estratégia de montagem da chapa não menospreza os nomes do secretariado. Já nos bastidores da Aleac se comenta sobre uma resistência a candidatura de secretários.

“Antes de ser eleito eu era secretário. A nossa chapa precisa de bons nomes. E no atual secretariado temos bons nomes. Isso sempre foi natural. Quando o Jorge foi governador ele tinha o entendimento que isso não era bom, por fracionar a unidade do governo. Já no governo Binho a candidatura de secretário foi proibida. Já com o Tião não é contra a posição dos antecessores, porém o contexto atual é outro e demanda que que alguns membros do governo que se destacam, que tenham uma boa relação de trabalho com as categorias profissionais se lance candidato, como ocorreu comigo, o Lourival e o Reis. Acredito que esse ano esse entendimento deve ser mantido”, detalhou o presidente.

Daniel Zen faz só uma ressalva a respeito da estratégia da montagem da chapa. “Não sei se seria interessante que todos eles fossem candidatos pelo PT. Se as candidaturas ocorrerem através de partidos aliado, tudo bem. A intenção é que nós possamos nos fortalecer”, destacou.

OLHO: “Não sei se seria interessante que todos eles fossem candidatos pelo PT. Se as candidaturas ocorrerem através de partidos aliado, tudo bem”, falou Zen.

4 – PT desgastado? Financiamento privado de campanha?

O presidente da sigla discorda que o partido esteja desgastado. “Agora é inegável o desgaste das crises nacionais e não propriamente do PT. O que se percebe é que operações como a Lava Jato e especificamente o núcleo de Curitiba gosta de espalhar fatos e atua mais na questão midiática do que com a técnica jurídica. E o que aconteceu na última semana vem de um núcleo de Brasília, e trata-se do único material de delação premiada consistente”, comentou Zen.

Sobre o financiamento privado de campanha que tem sido motivo de tantos escândalos envolvendo políticos do cenário nacional, Daniel Zen é categórico ao afirmar que por mais que se proíba o Caixa 2 o financiamento continua acontecendo.

“Isso porque o financiamento só funciona em economias capitalistas muito avançadas, como nos Estados Unidos, que é comum a doação recurso de pessoa física e jurídica. A saída é mudar o modelo financiamento público através do fundo partidário, mas aí ele teria que ter uma nova legislação”, comentou.

5 – Novidade para a juventude

Atualmente eram 9 secretarias executivas junto com a presidência. Porém, existem outras que não assento na diretoria executiva e são denominadas secretarias setoriais. Mas, foi aprovado no Congresso petista que a secretaria de juventude terá direito a 10% fixo do fundo partidário, assim como a secretaria de mulher.

“A juventude não pode ficar a cargo das mobilizações. Eles precisam ter autonomia. Ela precisa ser instrumentalizada”, destacou Zen.

 

 

 

 

A Gazeta do Acre: