O presidente Michel Temer disse estar confiante de que o governo conseguirá obter os 308 votos no plenário da Câmara para aprovar a reforma da Previdência.
“Faz um ano, menos de um ano que eu estou no governo, sendo oito meses como efetivo. Nós não perdemos uma votação no Congresso Nacional”, disse, admitindo considerar “natural” alguma diminuição na base de apoio, uma vez que o debate diz respeito a algo que afeta a cada indivíduo. “É natural [essas dificuldades] porque você precisa ter um processo de convencimento, mas acho que nós teremos [votos suficientes para aprovar a matéria]”, disse.
Em entrevista concedida na noite de ontem (4) à Rede TV News, Temer avaliou que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), líder do partido na Casa, não terá sucesso em sua empreitada de diminuir o número de votos favoráveis às reformas em tramitação no Congresso Nacional. Segundo o presidente, Renan é conhecido por sua postura de “idas e vindas”.
Renan tem feito reiteradas declarações contrárias às reformas trabalhista e previdenciária, bem como contra a terceirização.
Na entrevista, Temer afirmou que Renan não terá sucesso em reverter votos da bancada governista. “Conseguir votos ele não consegue. Na Câmara, por exemplo, nós votamos recentemente questões visando à modernização que estamos fazendo no país – a chamada concessão, ou privatização de vários setores da administração. Com um quórum de pouco mais de 400 presentes, tivemos 288 votos para uma matéria que exigia maioria simples. No caso da reforma trabalhista, exigia-se 257 votos, nós tivemos 296 votos”, disse o presidente.
Temer disse acreditar que, em breve, Renan volte a atuar em favor do governo federal e que, neste momento, o receberá de braços abertos. “O Renan, eu tenho dito isso com muita frequência, é de idas e vindas. Ele já foi muitas vezes e voltou. Eu estou esperando que ele volte”, disse.
Militares
Segundo o presidente, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que tratará especificamente da aposentadoria dos militares será apresentada ainda este mês. “Hoje [ontem] o ministro da Defesa, Raul Jungmann esteve comigo de manhã e me disse: ‘Olhe estamos ultimando o projeto referente à aposentadoria dos militares’. É muito provável que até o final de maio nós já possamos apresentá-la”.