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Para onde vai a (nossa) crise brasileira?

Assim que o presidente Michel Temer tornou-se o chefe do executivo, com a queda da presidente Dilma Rousseff pairava no ar a desconfiança do que poderia vir com o tempo incerto. A grande problemática foi a explosão dos últimos acontecimentos na política que inviabilizam o andamento das agendas reformistas propostas pelo governo Temer.

Quando a economia brasileira começa a deixar para trás o pior da crise, estoura a delação da JBS misturada com uma crise institucional escondida no porão do planalto.

Segundo Alexandre Wolwacz, diretor técnico da L&S Investimentos, a crise política trouxe consequências econômicas violentas e somente após a resolução disso será possível saber a direção da economia no país. “Essa situação gera uma incerteza sobre a política econômica. Não sabemos se vamos continuar reduzindo as taxas de juros, se vamos respeitar a meta de inflação ou se vamos conseguir gerar empregos”, ressalta.

“A agenda de reformas fica praticamente inviabilizada, a própria manutenção do governo é incerta e isso afeta também a retomada dos investimentos, a principal variável por trás da expectativa de retomada da economia”, diz Silvio Campos Neto, economista da consultoria Tendências. Diante desse cenário, segundo ele, a queda do desemprego também fica mais distante.

Apesar do desemprego recorde, da instabilidade e da falta de recursos em diversas áreas e regiões do país, nas últimas semanas, a economia brasileira começou a apresentar alguns sinais positivos, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrando, em maio, 3,77% no acumulado de 12 meses (melhor resultado desde julho de 2007), o Fundo Monetário Internacional (FMI) mantendo as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação se mantendo controlada, com projeção anual de 3,92%, abaixo da meta estipulada pelo Banco Central, de 4,5%.

São dois, a meu juízo, os componentes reais da crise que o Brasil já está vivendo: a resistência irracional do Legislativo e de parcelas da sociedade a reformas imprescindíveis à recuperação econômica e expectativas negativas a respeito da eleição presidencial de 2018. No momento atual, não há como descartar a hipótese de uma recidiva populista com Lula, cenário em que a retomada dos investimentos obviamente não se concretizará. Enquanto esse componente permanecer ativo, o País ficará patinando, com escassas chances de superar a estagnação econômica. Com a rejeição gritante de Michel Temer, o lulismo reascendeu nos corações de milhares de brasileiros sedentos de uma “vingança” da turma que estava antes mandava e desmandava.

Quanto mais se demorar em resolver o imbróglio Michel Temer, as incertezas econômicas aumentarão e as ruas vão se inflar como uma bolha sedenta da sua queda. Precisamos de uma nova maioria no Congresso Nacional. Precisamos de uma liderança política!

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