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Advogado diz que ex-subtenente ficou “surpreso” com decisão da Justiça

 O ex-subtenente José Adelmo dos Santos, de 50 anos, acusado de assassinar o sargento Paulo Andrade, de 44 anos, dentro do Comando Geral da Polícia Militar do Acre (PM/AC), foi a júri popular nesta segunda-feira, 19. A Justiça do Acre acatou a tese da defesa e determinou que o réu é inimputável, ou seja, não possui condições psicológicas de responder pelo ato.

A Justiça decidiu que Santos ficará internado durante três anos tratando das doenças. Ele permanecerá no Batalhão de Operações Especiais (Bope) já que não existe local apropriado no estado para esse tipo de internação, segundo o advogado Tibiriçá Thompson.

Ainda segundo o advogado do ex-subtenente, o acusado é dependente químico e chegou a ser internado seis vezes, além de ser diagnosticado com transtorno bipolar. Thompson revela que o réu se mostrou surpreso com a decisão da Justiça.

“Hoje ele entende que precisa de tratamento. Ele chorou em audiência e se mostrou arrependido. A defesa fica feliz por terem entendido o recado que a gente quis dar. A gente não tira esse sentimento de tristeza da família, a família deve está achando que não foi feita Justiça, mas é o que a lei permite. A Lei diz que ele precisa ser tratado”.

Sobre o período de internação, o advogado esclarece que o ex-policial será avaliado por um psiquiatra periodicamente. Somente no final do tratamento o médico vai dizer se Santos tem condições de voltar para casa ou não.

“Só com três anos, que é o período mínimo, o perito vai dizer. Se ele não tiver condições vai ficar mais um ano. Isso pode ser bom ou ruim porque ele pode passar 30 anos em tratamento. Ele está detido desde o flagrante no Bope e deve continuar no mesmo local”, disse.

Recorde o caso

O crime aconteceu dentro do Comando Geral da Polícia Militar do Acre (PM/AC), no dia 24 de novembro de 2016. José Adelmo Alves dos Santos trabalhou durante aproximadamente 30 anos na polícia e há quatro estava na reserva. Na época, ele havia sido convocado para reforçar a segurança a capital após a onda de ataques que ocorreu no estado.

No dia 3 de maio deste ano Santos foi expulso da corporação, de acordo com a portaria publicada no Diário Oficial do Estado (DOE). Porém, a exclusão passou a contar desde o dia 26 de abril. No último dia 9 ele foi ouvido em uma audiência de custódia.

Paulo Andrade
A Gazeta do Acre: