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“Já cheguei a fazer mil quilos por semana”, diz agricultor sobre produção de farinha

 É na Chácara Alvorada, localizada no ramal Novo Horizonte, em Rio Branco, que o agricultor José Francisco do Carmo, conhecido como “Seu Detinho”, cultiva sua plantação de macaxeira, que é responsável por sua produção semanal de goma e farinha e da onde tira sua renda mensal.

“Seu Detinho” é um dos agricultores que contribui para o crescimento dos indicadores econômicos acreanos. Segundo pesquisa realizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), o Acre é o Estado com maior rendimento agrícola do país por hectare de produção. Aqui é produzido 29,3 toneladas de mandioca por hectare, o dobro da média nacional, que é de 15,2 toneladas por hectare.

O produtor rural conta que no auge da sua produção já chegou a fabricar mil quilos de farinha por semana. Hoje, mesmo com a situação econômica pela qual o país atravessa, ele afirma que consegue manter uma quantidade de produtos que atende a toda sua clientela.

“Já cheguei a fazer mil quilos por semana só de farinha. Com a crise tive que diminuir a produção, mas enquanto eu conseguir trabalhar eu não largo meu roçado. Tenho clientes fixos que preciso fazer entregas toda semana senão eles reclamam”, contou.

Além dos produtos por encomenda, o agricultor participa, todos os sábados, de uma feira no município de Senador Guiomard. Engana-se quem acha que Seu Detinho só comercializa produtos derivados da macaxeira. Caldo de cana, bacada e açaí também são produzidos na propriedade.

O sucesso do produtor rural é reflexo do investimento que o governo do Estado vem desenvolvendo no setor de produção, por exemplo, na cadeia produtiva da mandioca. “O governo sempre nos ajuda e tem sido um grande parceiro. Qualquer problema eu procuro a secretaria e eles resolvem.”

Para o secretário adjunto de Agricultura e Pecuária, Fernando Melo, o resultado do estudo feito pela Apex consolida a potência da cadeia produtiva da mandioca no Acre. “Temos um povo dedicado a essa cultura. Notadamente, a questão do Juruá, que se especializou muito na questão da farinha. Hoje nós temos uma acomodes que é exportada para o Amazonas e Rondônia. Quando tivermos um volume maior também chegará aos outros estados brasileiros”.

Melo enfatiza que o governo tem fomentado a implantação de uma indústria de fécula – subproduto extraído da mandioca que pode ser utilizado na fabricação de produtos alimentícios, farmacêuticos e têxteis.

“Estamos próximos dos mercados consumidores, temos uma terra boa e uma cultura que nasceu aqui. Nós temos todas as condições, luminosidade, solo e água adequados para essa cultura da mandioca. Essa é, com certeza, uma cultura que vai trazer muita renda e trabalho para o povo acreano”, acrescentou.

 Sobre a produção de macaxeira

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil é o terceiro país do mundo com a maior área colhida de macaxeira totalizando 1,5 milhões de hectares.

No ranking de estados o Acre aparece em 13º, com 39 mil hectares de áreas colhidas, em 2016, segundo o Censo Agropecuário. Já em relação ao rendimento produtivo por hectare do país, o Acre subiu para o 9º lugar em termos de valor bruto da produção movimentando mais de R$ 330 milhões em 2015.

O governador do Acre, Tião Viana, tem investido na cadeia produtiva da mandioca desde 2009, quando ocupava uma cadeira no Senado Federal. No total, foram destinados 6,3 milhões para o fortalecimento da produção agrícola. Destes, 1,3 milhão foram destinados à construção de casas de farinha no estado.

A Gazeta do Acre: