Para alívio da família, o irmão do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE) Ronald Polanco, identificado como José Polanco, foi libertado pelos sequestradores que o mantinham em cárcere privado desde terça-feira, 6, em um local na região de Povenir, distante a cerca de 25 quilômetros de Cobija, na Bolívia. O sequestro chegou ao fim na tarde desta quarta-feira, 7.
O dinheiro do resgate foi entregue aos bandidos, que fugiram e não haviam sido encontrados até o fechamento desta edição. Ainda de acordo com a família da vítima, todos os envolvidos eram brasileiros.
Logo após a soltura, José Polanco prestou esclarecimentos para a polícia sobre os detalhes dos momentos em que passou como refém.
José estava na entrada da área de terra de Ronald quando foi surpreendido pelos bandidos. Pouco tempo depois, os bandidos entraram em contato com a família pedindo uma quantia de R$ 100 mil dólares, que valeria na moeda brasileira R$ 350 mil, para libertar o refém.
De acordo com familiares, José é servidor do Idaf em Brasileia. A área de terra pertence à família há muitos anos. De acordo com um familiar que preferiu não se identificar, o alvo dos bandidos eram os três filhos do conselheiro.
“José não é dono de fazenda. Ele também nunca foi deputado. Ele apenas presta serviço na área de terra da família. Além disso, não tem ninguém milionário que consiga ter essa quantia pedida pelos sequestradores”, ressaltou o familiar.
Desde às 17h de terça-feira, uma comitiva formada por autoridades acreanas saiu de Rio Branco com destino ao local para acompanhar de perto as negociações.Autoridades brasileiras e bolivianas estiveram envolvidas até o desfecho do caso.
Segundo o familiar, o momento mais tenso foi quando os sequestradores ligaram para o conselheiro do TCE e começaram a espancar José. “Eles fizeram Polanco ouvir o irmão dele apanhar. Foi devastador”, comentou.
A área de terra é bastante frequentada pela família, inclusive Polanco visita o local quase todo final de semana. Enquanto o sequestro acontecia na fronteira, o restante da família em Rio Branco precisou tomar algumas medidas de segurança. “O medo esteve cada vez mais presente durante esse período”.
Há meses as autoridades do país vizinho estão monitorando a ação de integrantes do PCC na região do Departamento de Pando.