O aplicativo Uber começa a operar nesta quarta-feira, 7, a partir das 14h, em Rio Branco. A informação foi confirmada pelo diretor geral da empresa na região Norte, Henrique Weave. A cidade é a 56ª no Brasil onde o aplicativo que faz o transporte particular de pessoas vai funcionar, através da modalidade UberX.
Muitas polêmicas cercaram o tema desde o anúncio da chegada do serviço em Rio Branco. Taxistas e mototaxistas afirmaram que não vão aceitar o funcionamento do app sem regulamentação.
Já a Prefeitura de Rio Branco chegou a divulgar uma nota defendendo a categoria de taxistas, informando que vai aguardar a tramitação e aprovação da Lei Federal, que regulamenta o serviço da Uber, para autorizar ou não a atividade na Capital.
Porém, de acordo com a empresa, o serviço de transporte individual privado de passageiros tem respaldo na Constituição Federal e é previsto em lei federal (Política Nacional de Mobilidade Urbana/PNMU Lei Federal 12.587/2012).
Em entrevista ao Jornal A GAZETA, o diretor geral da empresa na região Norte fala sobre as expectativas da chegada da Uber em Rio Branco, além de esclarecer boatos e dúvidas frequentes quanto à operação do aplicativo.
A GAZETA: Quantos motoristas já se cadastraram no aplicativo para circular na capital acreana?
Henrique Weave: Não divulgamos o número de motoristas até porque temos perfis muito diferentes de motoristas. Temos desde motoristas que estarão em tempo integral dirigindo até pessoas que dirigem nas horas vagas. Então, por exemplo, temos bastante casos de mães de família, que depois que o marido chega em casa ela pode dirigir um pouco a noite, temos estudantes que dirigem nas horas vagas, ou seja, o perfil do motorista parceiro da Uber é muito diverso. Já estamos com uma quantidade ideal para ficar equilibrada a oferta e demanda do serviço. O que podemos abrir é o numero no Brasil, a última vez que divulgamos no ano passado estávamos com 50 mil motoristas.
A GAZETA: Nesta segunda-feira, 5, a Câmara de Vereadores realizou uma audiência pública para debater o uso da Uber em Rio Branco. Porém, nenhum representante da empresa compareceu. Qual o motivo?
- W.: Essas discussões que temos em cada cidade acerca do funcionamento da Uber e de como conseguimos agregar valor à cidade são super importante para nós. Um ponto importante que reforçamos é que a Uber é legal no país todo. O funcionamento de aplicativos, como o da Uber, está previsto na Lei Federal e na Política Nacional de Mobilidade Urbana. Essa Lei Federal prevê duas categorias que é o transporte público e o transporte privado de passageiros, que é o modelo que a Uber utiliza. O táxi já tem uma regulamentação específica porque já está há muito tempo e para o transporte privado de passageiros ainda não existe uma regulamentação simplesmente porque é uma modalidade nova de transporte. Nossa discussão com toda a sociedade é para que a gente tenha uma relação que seja beneficial para todo mundo.
A GAZETA: Como foram definidas as estimativas de valores da tarifa da Uber em Rio Branco? O valor cobrado será igual do restante do país?
- W.: O valor não é igual, ou seja, a gente estuda minuciosamente cidade a cidade. Fomos bastante a Rio Branco, entendemos a cidade e todos os custos de transporte que a população tem hoje. A gente olhou muito para o lado do passageiro, mas muito também para o lado do motorista. Queremos garantir que satisfazemos as duas partes da equação. Fizemos um cálculo que consideramos todos os lados, desde os custos até quanto o motorista pode fazer por hora, por mês, e agente chega a uma quantificação detalhada e customizada para a cidade.
A GAZETA: A chegada da Uber em alguns estados foi marcada por violência. Como a empresa lida com essa situação?
- W.: A categoria de taxistas é majoritariamente pacífica e de trabalhadores. Esses incidentes estão se tornando cada vez mais raros pelo país. Não esperamos nenhum incidente como esse na cidade. Um ponto bem interessante de falar é que a Uber não compete com táxi. A nossa concorrência de verdade é com carro particular, que, segundo alguns estudos, fica em média no Brasil 94% do tempo parado na garagem. As pessoas vão para o trabalho, para o shopping de vez em quando, mas a grande maioria do tempo ele fica parado na garagem, ou seja, é um artigo pouco utilizado. A Uber quer reforçar a ideia de acesso ao transporte ao invés da posse de um carro. O que vemos bastante em outras cidades que a Uber está há algum tempo é muita gente vendendo o carro para andar de Uber, isso acontece muito. Ouvimos muito relatos de passageiros que começou a usar Uber aos finais de semana, passou a usar na semana e no fim das contas vendeu o carro porque viu que não valia a pena ter carro.
A GAZETA: Qual é a expectativa da empresa com o início da operação em Rio Branco?
- W.: Estamos super animados em estar na cidade. Um dos principais valores da Uber é conseguir celebrar a cidade, conseguir ajudar a desenvolver a cidade. Só começamos a operar, até por isso demoramos um pouco para conseguir entrar em Rio Branco, quando vemos que vamos conseguir desenvolver a cidade, a economia da cidade e realmente adicionar. Sabemos que vamos contribuir com a economia como um todo, pessoas conseguem gerar uma renda de um lado, e do outros os passageiros conseguem uma opção adicional para transporte que é confiável, que tem segurança e que é confortável. Quero destacar um ponto que é importante sobre segurança. Segurança é uma das nossas maiores preocupações, nós trabalhamos bastante em iniciativas que trazem segurança tanto para passageiros quanto para o motorista. Na Uber, temos diversas camadas de segurança que impactam desde o começo da viagem, quando a viagem acontece e também posterior à viagem. Antes da viagem, temos uma checagem de segurança que é feito com cada motorista que ingressa na plataforma. Ele só é habilitado para ser um motorista parceiro da Uber quando ele tem um ok dessa checagem de segurança. Durante a viagem nós temos o monitoramento por GPS de todas as viagens que são feitas, não existe nenhuma viagem anônima para a Uber. Além disso, durante a viagem, se o passageiro quiser ele pode compartilhar o status da viagem dele com alguma outra pessoa que ele conheça. E no final existe o sistema de avaliação mútua, quando a viagem é finalizada o motorista avalia o passageiro e o passageiro valia o motorista. Então conseguimos pegar dos dois lados o sentimento de como foi a viagem, do quão seguro foi, se teve algum incidente, além da parte positiva se o passageiro gostou do motorista, se teve uma boa conversa. Tudo isso é usado para dar feedback para os motoristas estarem oferecendo um serviço cada vez melhor e também evoluir todo o sistema.
MOTORISTA PARCEIRO
Para se cadastrar como motorista parceiro é preciso ter carteira de motorista com licença para exercer atividade remunerada (EAR), e passar por checagem de antecedentes criminais. Os carros precisam ser cadastrados com a apresentação de Certidão de Registro e Licenciamento do Veículo, Bilhete de DPVAT do ano corrente. Mais informações no site parceirosbr.com.