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Vice-governadora Nazaré Araújo fala sobre sucessão estadual e crise política no país

“Temos desafios enormes, mas trabalhar neste projeto me deixa muito feliz”. A frase é da vice-governadora Nazaré Araújo (PT) ao falar sobre o trabalho que vem desempenhando desde que assumiu o comando do Estado ao lado do governador Tião Viana (PT).

Entre os desafios citados pela vice-governadora, ela destacou a erradicação do analfabetismo. “Todo esse esforço é resultado de uma política que já vem sendo construída a longo prazo. Aprender a escrita faz uma diferença enorme na vida das pessoas, e elas têm que compreender a importância do conhecimento para elas, suas famílias e a sociedade”, frisou.

Pertencente a uma das famílias mais tradicionais do Acre, Nazaré destaca que através da política tem buscado promover mudanças significativas na vida da população acreana. Segundo ela, este foi um dos motivos que a levou a se tornar Procuradora do Estado.

“O procurador do Estado é aquele ente que está em torno de todas as concepções de políticas públicas para atender às pessoas. É um agente transformador. Por exemplo, os primeiros artigos da nossa Constituição dizem respeito aos direitos fundamentais, porém, para que eles sejam realmente efetivos faz-se necessário a construção de políticas públicas”, disse.

Nazaré Araújo, em entrevista ao Jornal A Gazeta, fez uma avaliação sobre a atual crise política no país e os reflexos negativos na economia. Falou também sobre os avanços na atual gestão, eleições de 2018 e a possibilidade de ser a candidata ao governo do Estado pela coligação da Frente Popular do Acre (FPA).

Herança política (os últimos 20 anos)

Nazaré destaca que herdou de seus pais a sua paixão pela política. Filha do primeiro governador eleito no Estado, ela lembra que o novo Acre idealizado pela FPA já era sonhado por seu pai. “No discurso de posse do meu pai, ele falava de um Novo Acre, o Acre que estamos construindo. Ele sonhou com o que estamos fazendo atualmente e é maravilhoso fazer parte da construção dessa história”, disse ao comentar também sobre a experiencia política de sua mãe, Maria Lúcia Araújo.

“Ela foi eleita deputada federal pelo Acre, mas acabou sendo cassada pela ditadura militar. Depois disso passou a acompanhar a política nos bastidores, porém, quem conversa com ela percebe que ainda hoje ela tem aquele feeling político”.

Instabilidade política

Ao fazer uma avaliação do atual momento político no país, a vice-governadora pontua que a instabilidade política no país, gerada em decorrência dos escândalos, tem feito com que o processo eleitoral de 2018 seja a “tábua de salvação” para os problemas do país.

“Temos no comando do país pessoas envolvidas em atos de corrupção e isso tem feito com que muitas pessoas se questionem se ainda existe um futuro. Dessa forma, acabam colocando suas esperanças no processo eleitoral do próximo ano. Sei de uma coisa: o nosso país é imenso tanto no seu território quanto nas possibilidades. Com toda essa crise ainda somos a sétima economia do mundo. Então nós somos fortes. Basta que a gente tenha um projeto para o futuro para atuar nos grupos que fazem a política para chegarmos numa convergência capaz de mudar essa realidade que está fazendo milhões de pessoas sofrerem”.

Desgaste política

Quando o assunto é o desgaste político dos partidos, a vice-governadora salienta que o Partido dos Trabalhadores no Acre vai na “contra-mão”. “Existe, sim, um desgaste político entre muitas siglas, porém, no Acre, vemos que o PT tem uma ótima aprovação pelo trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos. Se assim não fosse não teríamos reeleito o prefeito Marcus Alexandre (PT), e com uma margem de voto tão boa”.

Para Nazaré, o possível desgaste da sigla a nível nacional não afeta a legenda no Estado. “Claro que estar há quase 20 anos a frente do comando do Estado pesa, pois, a responsabilidade é muito grande, mas os resultados positivos estão aí a vista de todos. Temos o reconhecimento da população, o que é fundamental. E, nesse sentido, pedimos que o povo renove sua confiança nesse projeto nas próximas eleições”.

Pré-candidatura

Ao falar sobre as quatro pré-candidaturas lançadas pela Frente Popular na disputa ao governo do Acre, Nazaré ela ressalta que diante da crise política, esta é a melhor forma de debater a sucessão estadual. Nesse sentido, ela defende a participação popular na construção do próximo nome que governará o Acre.

“Diante um quadro tão delicado em que vive o nosso país, trazer a população para esse debate é fortalecer esse processo tão importante na democracia do nosso país”, disse ao frisar sobre o compromisso com o desenvolvimento do Estado.

“É importante frisar que, dentro de todo esse processo, a população tem um papel fundamental, pois é através de seu olhar que construiremos um Estado cada vez melhor. Nosso compromisso com a sociedade, com o desenvolvimento do Acre é real, portanto, queremos construir com todos que estiverem interessados em novas ideias de crescimento”.

Preparada para a disputa

Quanto à possibilidade de ser a candidata oficial da chapa majoritária, Nazaré Araújo ressalta que está preparada para o desafio. “Os quatro nomes apresentados possuem o preparo necessário para governar este Estado. Cada um com suas peculiaridades, mas com um objetivo comum, que é proporcionar melhorias na vida de cada acreano. Tenho um preparo de tudo que vivenciei e estudei como procuradora do Estado. Portanto, sinto-me preparada para abraçar esse desafio”.

Apoio às demais candidaturas

Independente do nome escolhido para representar a FPA na disputa eleitoral de 2018, Nazaré afirma que a união na coligação seguirá firme. “Essa é uma certeza que todos nós temos. A pessoa que irá disputar o governo do Acre pela FPA terá o apoio dos outros três pré-candidatos, bem como de toda a coligação. Nossa união não está em cima de nomes, mas em cima de um projeto que a FPA abraçou, de um projeto cujo objetivo é buscar o desenvolvimento do Estado”.

Projetos

Ao final da entrevista, Nazaré Araújo falou sobre os projetos que tem executado. Ela citou como um dos principais o programa “Mulher Cidadã”, que busca prestar assistência de saúde e cidadania às mulheres das comunidades mais isoladas, além do chamado “Primeira Infância”, que passa a acompanhar o desenvolvimento infantil a partir da gravidez.

“São programas que visam à redução da gravidez na adolescência, de combate à drogadição, que são questões urgentes para nós. Enfim, são programas que visam criar de farto oportunidades de vida para os jovens, que estão passando por um momento de crise de emprego e em outras áreas, além de buscar obter a confiança das pessoas que vivem em situação de rua, sem um teto, desgarradas”, disse.

A vice-governadora cita ainda o programa “Som da Liberdade”. “O objetivo desse projeto é levar arte e cultura para um número cada vez maior de adolescentes e jovens acreanos e, dessa forma, provocar mudanças de vida e de comportamento”.

Foto/ Sérgio Vale Secom

 

A Gazeta do Acre: