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Copacabana: Outrora princesinha do mar!

Na última quinta-feira, 07/07/2017, o bairro de Copacabana, Rio de Janeiro, completou 125 anos. A outrora “princesinha do mar” mesmo com os seus mais de 80 hotéis e iguarias para todos os gostos, já não é mais a mesma de dias idos. É vítima do caos social em que está metido o Rio de Janeiro Afinal, por mais otimista que eu seja, não posso esconder o óbvio, pois é inegável, sem leviandade, que com o passar dos anos, quando o tema é violência urbana, o “Grande Rio” piora cada vez mais. Muito mais, agora, por causa do descaso e das improbidades vergonhosas dos últimos governos deste Estado

Trago na memória lembranças de bons tempos de Copacabana. Afinal, sou da época das famosas galerias da Av. Nossa Senhora de Copacabana! Sou piegas mesmo quando o assunto é o usufruto do cidadão carioca, bem como de outros saudosistas dos quatro cantos do mundo, num encontro com a natureza “maravilhosa”, presente de Deus à Copacabana, o bairro mais conhecido do Rio de Janeiro, do Brasil e, quiçá, do mundo inteiro.

Faço esse exercício de memória, necessário a minha alma, notadamente porque, já dizia Santo Agostinho: “É na memória , que eu me encontro comigo mesmo”. É no passado que encontramos a nós mesmos. Igualmente é necessário lembrar o passado e as ações de gerações passadas para tentar compreender essa nova geração de cor “marrom”. Perceber o presente, e também para, ao menos tentar, escapar da violência do homem perverso da vida hodierna. Também, à luz do passado, ver os nossos próprios defeitos, numa auto-avaliação da postura que assumimos em relação às agruras do mundo contemporâneo.

Nesse caso, à luz do passado, Copacabana, não é mais a mesma. De forma notória e, principalmente, porque o Estado do Rio de Janeiro, infelizmente, continua impotente em conter os avanços da bandidagem. Refém, que é, das facções criminosas e das tais “milícias” que exercem um “poder paralelo” à revelia da própria lei.

Alias, no Brasil, para não ser injusto com o Estado do Rio de Janeiro, as polícias, mesmo tendo à sua disposição as condições necessárias para um bom desempenho da atividade policial, inexplicavelmente, não o fazem a contento. Cito, como mau exemplo, o aumento da violência em todos os quadrantes do País. Nunca é demais repetir, a miséria que nós rodeia: fome, ignorância, analfabetismo, terrorismo, narcotráfico, crianças abandonadas, corrupção em todos os níveis, ditaduras, fascismo de direita e de esquerda, desrespeito aos direitos humanos, ausência de deveres humanos, desrespeito às leis e muitas outras desventuras; desgraças que caracterizam o cotidiano do brasileiro e com as quais, aqui e acolá, estamos todos, crianças e adultos; moços e velhos, familiarizados, infelizmente.

Deste modo, tenho dito, o fenômeno da violência saiu do campo das teorias das ciências humanas para alcançar e preocupar o humilde cidadão que, de conhecimento, só possui o bom senso. Cidadãos honestos, a maioria sem instrução acadêmica, que buscam na simplicidade de suas vidas, acossadas pelas circunstâncias, um mínimo de serenidade, como a demonstrada pela anciã aposentada, a despeito de possuir idade beirando a senilidade, para reagir sem violência, contra a violência que campeia, como nunca, nos dias atuais.

Que os 125 anos de aniversário de Copacabana se revistam de esperança de que um dia possamos retornar aos velhos tempos de glamour deste famoso bairro Que voltemos a cantar: “O Rio de Janeiro continua lindo…” de verdade. Copacabana agradece!!

Francisco Assis dos Santos, Pesquisador Bibliográfico em Humanidades; E-mail: assisprof@yahoo.com.br

A Gazeta do Acre: