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Direção Espiritual – Todo Luke precisa de um mestre Yoda

Querido(a) leitor(a) do Jornal A GAZETA, quando você tem uma dúvida sobre o que fazer para cumprir a vontade de Deus, a quem você recorre? Há alguém maduro na fé com quem você possa contar, que lhe aconselhe em seus momentos de fraqueza, de dúvida ou tristeza? Se sim, é provável que você percorra seu caminho de santidade com muito menos tropeços, e compreenda com maior rapidez e clareza os passos que deve dar para realizar o plano de Deus em sua vida!

Diretor Espiritual. É assim que chamamos a pessoa que nos instrui constantemente na fé, que nos serve como confidente, que nos consola, que anima e que nos guia em nossa vida espiritual. Normalmente é um sacerdote, mas pode também ser uma religiosa ou um leigo de grande virtude. O Pe. Tanquerey diz que Santo Agostinho, São Jerônimo e outros Padres da Igreja enviavam cartas pedindo aconselhamento espiritual a viúvas, virgens e seculares.

O bom diretor espiritual deve ser um reflexo desse Bom Pastor, que é Jesus. Por isso, é importante pedir luzes ao Espírito Santo para escolher bem o diretor: sempre com plena liberdade, mas com o desejo sincero de avançar espiritualmente. Não adianta escolher um diretor espiritual que seja apenas um padre “amigão” para bater de vez em quando um papo superficial. E, menos ainda, procurar um confessor ou diretor que se limite a “compreender-nos” (ou seja, a desculpar-nos em tudo!) e que não nos fale com clareza das nossas falhas, nem nos ajude, com afeto e firmeza, a lutar e a retificar os erros da vida interior.

Grandes santos da Igreja Católica, em sua humilde sabedoria, não confiavam unicamente em seu juízo pessoal. Se Padre Pio de Pietralcina, Santa Madre Teresa de Calcutá e São João da Cruz faziam questão de abrir sua alma a um diretor, será prudente que nós não busquemos uma santa amizade que nos ajude a discernir o que é bom do que é mau?

Ter um diretor espiritual é condição absolutamente necessária para ser um bom cristão? Não, não é. Mas, quem o possui e segue suas indicações com simplicidade está numa posição muito mais vantajosa? Sim, mil vezes sim! Afinal, o que seria do Daniel San sem o Senhor Miyagi? Como imaginar o Luke sem o Yoda, ou o Frodo sem o Gandalf?

“Deus gosta tanto que o homem se submeta à direção doutro homem que não quer de maneira nenhuma ver-nos dar pleno crédito às verdades sobrenaturais que Ele próprio comunica, antes de elas terem passado pelo canal duma boca humana.” São João da Cruz (citado por Tanquerey. Compêndio de Teologia Ascética e Mística, Cap. V, Art. II).
Quais devem ser as características de um bom diretor espiritual? Bem, confiram as dicas de um cara entendido:
“Confia nele como uma filha em seu pai e respeita-o como um filho sua mãe. Numa palavra: esta amizade, que deve unir a força com a doçura, tem que ser toda espiritual, toda santa, toda sagrada, toda divina.”

“’Escolhe, pois, um entre mil’ – diz Ávila – e eu te digo: escolhe um entre dez mil, porque se acham muito menos do que se cuida, que sejam capazes deste ofício. Deve ser cheio de caridade, ciência e prudência; se faltar uma destas três qualidades, a escolha será arriscada. Repito-te ainda uma vez: suplica a Deus um diretor e, quando o achares, agradece à divina Majestade; perseverá então em tua escolha, sem ir procurar outros; caminha para Deus com toda a simplicidade, humildade e confiança e tua viagem será certamente feliz.”

– São Francisco de Sales.

Por isso, a Igreja Católica tem o Sacramento da Reconciliação, mas conhecido como Confissão, para que os cristãos possam ser acompanhados espiritualmente e ser perdoados de seus pecados, recebendo a graça santificante de Nosso Senhor Jesus, conforme nos ensina o Evangelho de São João: “Depois dessas palavras (Jesus) soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem vocês perdoarem os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20, 22-23).

Sim, a Igreja tem esta autoridade porque a recebeu de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu” (Mt 18,18).

E sempre tem aquela velha afirmação: POR QUE ME CONFESSAR E PEDIR O PERDÃO PARA UM HOMEM IGUAL A MIM? Só Deus perdoa os pecados. O Padre, mesmo sendo um homem sujeito às fraquezas como outros homens, está ali em nome de Deus e da Igreja para absolver os pecados. Ele é o ministro do perdão, isto é, o intermediário ou instrumento do perdão de Deus, como os pais são instrumentos de Deus para transmitir a vida a seus filhos; e como o médico é um instrumento para restituir a saúde física, etc.

Seguindo a explicação do Papa Francisco que “o perdão dos nossos pecados não é algo que possamos dar a nós mesmos. Eu não posso dizer: perdoo os meus pecados. O perdão é pedido a outra pessoa e na Confissão pedimos o perdão a Jesus. O perdão não é fruto dos nossos esforços, mas uma dádiva, é um dom do Espírito Santo”.
Busque sempre, confessar seus pecados e ter um diretor espiritual em sua vida. Faça essa experiência com um sacerdote! Nas pároquias de nossa Diocese de Rio Branco e na Catedral Nossa Senhora de Nazaré, de segunda a sábado, sempre há bons padres para atender sua confissão e quem saber, ser seu Diretor Espiritual. Paz e Bem.
Adaptação conforme o site: www.ocatequista.com.br

Interino do Frei Paulo Roberto – OFM Cap.

Narciso Cândido L. Neto – Coordenador do Núcleo em Formação da Fraternidade da Ordem Franciscana Secular – OFS. Encontro todo 4º domingo do mês na Paróquia Santa Inês, às 7 horas.

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