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Agência de turismo de empresária investigada por tráfico de drogas não possui registro, diz Setul

 A agência Atenas Turismo, de propriedade de uma empresária investigada pela Polícia Federal (PF) na Operação Atenas, deflagrada nesta terça-feira, 4, não possui registro junto ao Sistema de Cadastro de Pessoas Físicas e Jurídicas (Cadastur), segundo a Secretaria de Estado de Turismo e Lazer (Setul).

“O Cadastur é um sistema nacional em que empresas que exercem atividades turísticas precisam se cadastrar. A Setul não tem como saber as empresas que atuam ou não no mercado, mas nós visitamos as empresas e pedimos que elas se regularizem. Entretanto, uma empresa pode ser aberta na Receita Federal com atividades para turismo e não se cadastrar, por isso sempre alertamos as pessoas. Se você for viajar, certifique-se da situação dessa empresa perante o cadastro, qualquer pessoa pode acessar o cadastro de um computador”, explicou a responsável pela pasta, Rachel Moura.

A Operação Atenas investiga uma organização criminosa brasileira especializada no tráfico internacional de drogas. Uma das pessoas investigadas é a proprietária da agência de turismo Atenas, que tinha residência fixa no Acre, mas passava mais tempo na Bolívia e Peru negociando com fornecedores, segundo a PF.

A reportagem do Jornal A GAZETA tentou falar com a empresária, por meio do telefone da empresa disponível na internet, mas até o fechamento desta edição ninguém havia atendido.

Ainda segundo a polícia, a organização criminosa era composta por traficantes com antecedentes criminais por tráfico de drogas e crimes associados, e possui uma estrutura organizada, com divisão de tarefas e grande movimentação financeira. Os criminosos atuavam na Bolívia, Peru, e nos estados brasileiros do Acre, Amazonas, Pará, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo.

Ao todo, cerca de 60 agentes federais estão realizando oitivas e cumprimento de mandados de prisão, busca e apreensão nas cidades de Cruzeiro do Sul, Cuiabá, Rondonópolis, Aracajú e Belém.

De acordo com a PF, um empresário, que alternava sua residência entre os estados de Minas Gerais e Sergipe, juntamente com a empresária acreana, eram responsáveis pela compra da droga nos países vizinhos e pelo transporte para outros estados brasileiros. O grupo também comprava armas no Peru para utilizar na segurança do transporte da carga.

Os criminosos utilizavam pequenas aeronaves para transportar a droga. Eles chegaram a arrendar uma fazenda e construir sua própria pista de pouso em Poxeréu/MT, de acordo com a polícia.

As investigações duraram aproximadamente um ano. Neste período, a PF realizou dois flagrantes, um em Poxeréu onde foi apreendida uma aeronave com 326 quilos de cocaína e outro no Juruá, onde foi apreendida uma embarcação que transportava 276 da mesma droga, além de um fuzil e uma espingarda.

Nesta terça-feira, 4, a PF cumpriu os mandados de prisão dos dois empresários e de mais um membro que era responsável por contratar pilotos de aeronave para transportar a droga. Os envolvidos devem responder por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e tráfico internacional de armas de fogo. A Justiça já autorizou o bloqueio dos bens e valores dos criminosos com o intuito de desarticular a movimentação financeira da quadrilha.

Por fim, a PF destaca que o grupo criminoso pretendia montar uma estrutura que pudesse transportar até uma tonelada de cocaína por mês.

Prefeitura deve exigir registro no Cadastur

A secretária de Turismo e Lazer revela que se reuniu com o prefeito Marcus Alexandre há algumas semanas para solicitar mudanças em relação ao cadastro de empresas turísticas junto à Prefeitura. A proposta é exigir o registro do Cadastur no momento em que é solicitado o alvará de funcionamento, somente em casos de empresas que exercem atividades turísticas.

“O prefeito foi muito solícito com o nosso pedido e encaminhou a proposta para que fosse feito um estudo do nosso pedido. Caso o estudo seja positivo, ele disse que vai implementar. A prefeitura entende a importância de ter controle das empresas do setor de turismo.”

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A Gazeta do Acre: