As mulheres no mundo usam, em média, 12 produtos de cuidados pessoais durante o dia. O número assustador também influencia na quantidade de produtos químicos que o público feminino está diariamente exposto.
Natural de Rio Branco, a engenheira florestal Kaline Rossi, de 29 anos, decidiu mudar seus hábitos após perceber que não tinha mais espaço para guardar produtos de beleza. “Todas as viagens que eu fazia voltava lotada de coisas novas, fazia parte de um clube de assinatura mensal onde eu recebia produtos para testar. Gastei muito dinheiro e muito tempo da minha vida fissurada nisso”.
O interesse pelos produtos naturais surgiu ao descobrir uma intolerância ao glúten e à lactose. Além disso, Rossi também está em processo de transição para o vegetarianismo – regime alimentar baseado no consumo de alimentos de origem vegetal.
“Reduzi drasticamente o consumo de carne e tento não usar em meu corpo nada que tenha origem ou tenha sido testado em animais. É um desafio, pois muitas empresas simplesmente omitem informações nos rótulos a respeito da origem das coisas”.
Com a mudança de hábitos, Rossi decidiu fazer seus próprios cosméticos, como desodorante, tônico facial e até sabão de lavar louça. Ela investiu em cursos na área de cosmética natural, e, aos poucos, o que começou como hobby, virou uma renda extra no final do mês.
Em abril deste ano, Rossi, juntamente com a química Patrícia Moreira, criaram a marca de cosméticos VEGAmazon. A ideia é valorizar os produtos naturais e matérias-primas locais, levando saúde e bem estar para os consumidores.
“Queremos também trazer consciência às pessoas para valorizar os produtos amazônicos e, por isso, temos previsto uma série de cursos para o ano que vem para ensinar mulheres do interior do estado do Acre a fazer seus cremes hidratantes, sabonetes, entre outros, utilizando óleos, manteigas e óleos essenciais da Amazônia, sempre que possível.”
Os cosméticos são feitos com óleos vegetais, como óleo de abacate, semente de uva, gergelim, copaíba, óleo de coco, linhaça, manteiga de cacau, cupuaçu, entre outros. A princípio, a marca oferece hidratante, óleo de banho e balm para barba e bigode. Os sabonetes e creme anti-idade estão em fase de teste.
Segundo a engenheira, o processo de produção é simples e se assemelha ao de cozinhar. Fazer um hidratante corporal, por exemplo, é o mesmo processo de fazer maionese caseira. “Se usa banho-maria para derreter as manteigas vegetais e, com o auxílio de uma batedeira ou mixer, os óleos e os outros ingredientes se transformam em um creme com uma textura deliciosa”, explicou.
A procura pelos cosméticos tem sido grande. Em menos de um mês, todos os produtos foram vendidos. “Tem sido incrível a aceitação. Vários feedbacks positivos e muitas pessoas querendo comprar, testar e saber sobre. As pessoas quando usam não acreditam que é um produto natural. Talvez o termo natural e artesanal remete a uma falta de qualidade ou de eficácia. É uma questão de tempo para que as pessoas comecem a experimentar os benefícios que a cosmética natural pode trazer para a saúde e bem estar tanto de quem usa tanto para o planeta”.
A gestora pública Thays França, de 30 anos, usou e aprovou a qualidade da marca de cosméticos. “Os produtos são ótimos. Super hidratantes e perfumados, realmente o aroma é bem natural, e a absorção é muito boa. Além do hidratante corporal, eu adquiri um lipbalm de manteiga de cacau, que para essa época do ano é essencial tendo em vista que meus lábios tendem a rachar com facilidade por conta da baixa umidade. Estou super satisfeita com minhas aquisições”.
Interessados em adquirir os produtos artesanais podem fazer encomendas pelo e-mail [email protected].