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Aumento da gasolina desafiam empreendedores acreanos

Os sucessivos aumentos no valor dos combustíveis assustam os motoristas e deixam os empreendedores com um desafio a mais para enfrentar no cenário de uma economia fragilizada.

A explicação é simples. O aumento dos impostos sobre os combustíveis afeta o preço da gasolina, do diesel e do etanol e provoca um efeito cascata sobre toda a economia, incluindo transporte público, como ônibus, alimentos e serviços.

O último aumento fez com que o valor do produto disparasse nas bombas dos postos na capital acreana e no interior. Em Rio Branco, o aumento repassado ao consumidor foi de cerca de R$ 0,50 atingindo o valor de R$ 4,27 e até R$ 4,44 em alguns postos.

Apesar disso, empreendedores como Carol Ruella afirmam que não pensam em aumentar o valor da taxa de entrega ou os produtos oferecidos pelo restaurante MegaChicken.

“A inflação está tão grande, que não compensa aumentar. Preferimos economizar em outra coisa do que aumentar em nossos produtos e diminuir o consumo. Medidas como essa promovida pelo Governo Federal retraem a economia, diminui a oferta de mão de obra, leva as empresas a enxugar os gastos com funcionários”, esclareceu.

Nesse cenário, Carol destaca que existem algumas alternativas para driblar a crise. “A alternativa é tentar economizar em outros pontos, tais como: diminuímos nossa mão de obra, desligamos aparelhos elétricos mais cedo, pesquisamos fornecedores mais baratos em outros estados”, destacou a empreendedora.

Por outro lado, o dono de uma lanchonete que atua há oito anos em Rio Branco, Victor Soares, aponta que já pensa seriamente em aumentar o valor da taxa de entrega dos produtos.

“Já absorvi muitos reajustes e não só de combustível. No mercado, tudo só aumenta. Eu não tenho mais saúde financeira para amargar prejuízo. É uma situação triste. Porque existem outras famílias que dependem do negócio”, refletiu Soares.

Especialistas apontam que num curto prazo, o preço dos alimentos também deve subir. O motivo é que o transporte terrestre predomina no Brasil. Cerca de 60% das mercadorias são escoadas por caminhões. Em função do aumento, o preço dos produtos perecíveis (como verduras, legumes, frutas e carnes frescas) pode subir entre 5% a 10%.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Acre (Fecomércio/AC) fez um alerta para nesse sentido. Em nota oficial, a federação prevê um aumento na maior parte das atividades econômicas do Estado, como, por exemplo, o serviço de delivery disponibilizado por um grande número de empresas.

“Hoje, todas as atividades econômicas, quer sejam de serviços ou de produção de bens, ou até mesmo de lazer, são afetadas. Então, é uma repercussão geral”, explicou o presidente da Fecomércio, Leandro Domingos, alertando ainda que a medida pode ter efeito negativo na geração de emprego no Estado e no País.

“Enquanto o nível de emprego não voltar a crescer e reduzir essa massa de desempregados, a economia continua lenta como está. O preço de combustível no Acre chega até seis reais e isso é realmente um absurdo. A nossa torcida é para que o Governo Federal esteja correto e a nossa economia volte a crescer”, concluiu o presidente.

 

 

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