Este ano, a Cavalgada, evento que marca a abertura da Expoacre, vai ser um pouco diferente do que a população rio-branquense está acostumada. Nesta edição, nenhuma comitiva vai participar do evento. O que pode ser uma surpresa para muitos já era previsto pelos empresários que investiam em carretas e comitivas.
O empresário Lucas Profeta, organizador de uma tradicional comitiva, explica que ao longo dos anos diversos fatores contribuíram para o fim das carretas na avenida. A mudança de data de sábado para domingo, por exemplo, teria acarretado uma série de problemas para a categoria.
“Estava escrito nas estrelas. A parte burocrática impediu demais as comitivas de fazer o evento. Considero o Ministério Público um dos maiores culpados de destruir a nossa Cavalgada. Domingo é bom porque mais pessoas podem participar, mas no contexto histórico é possível observar que as confusões e brigas generalizadas passam a existir na Cavalgada a partir do momento em que ela passou para o domingo”.
Profeta recorda um episódio da edição passada, quando ele teve problemas com uma jovem que não estava na sua comitiva, mas que consumia bebida alcoólica sem autorização. Ela teria caído na frente da carreta que passou por cima da sua perna. Apesar de receber toda a assistência da comitiva, a jovem ficou com sequelas e moveu uma ação contra o empresário pedindo R$ 80 mil de indenização, além de pensão vitalícia.
“Fiz um evento, a pessoa não era da minha comitiva e estava pegando a cerveja. Por um descuido dela, foi atropelada e eu arco com todos os custos, dou suporte e assistência. Mesmo assim, ela entra com uma ação”, lamentou.
O empresário destaca que o Estado não levou em consideração o potencial econômico das comitivas. Somente sua empresa contratou diretamente 100 pessoas para trabalhar e mais de 300 colaboraram indiretamente na Cavalgada 2016. “Fazíamos uma estimativa de que a Cavalgava injetava no mercado cerca de R$ 1 milhão”.
O que parece ter sido um boicote planejado entre os empresários foi apenas coincidência, afirma Profeta. “Não foi nada combinado. Simplesmente eu não lancei, nem outro fulano, e acabou que ninguém fez”.
Vale lembrar que nos últimos anos houve uma significativa redução no número de comitivas inscritas no evento. Ano passado, apenas nove participaram do tradicional desfile, segundo a Secretaria de Turismo e Lazer (Setul).
Para a secretária de Turismo, Rachel Moreira, o fim das comitivas é decorrente do surgimento dos camarotes ao longo do circuito. “Esse ano acho que teremos um desfile do mesmo tamanho do ano passado, com exceção da ala das carretas que não vai existir. Em contrapartida, teremos mais cavalos”.
As inscrições para quem for a cavalo foram prorrogadas até esta sexta-feira, 21. A expectativa da organização é que o número de animais seja o dobro da edição anterior. No ato da inscrição será necessário apresentar RG e CPF do responsável pelo cavalo, além de apresentar o Guia de Transporte Animal (GTA) e o Exame de Anemia Infecciosa Equina (AIE).
O evento ocorre neste sábado, dia 22. A concentração continua sendo na Gameleira, a partir das 8h30. O percurso também permanece da Via Chico Mendes até o Parque de Exposição.