O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reafirmou nesta quarta-feira, 19, em Washington (EUA), que o orçamento de 2018 para a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba não será reduzido.
Recém-nomeada pelo presidente Michel Temer para comandar a PGR, Raquel Dodge, que tomará posse em setembro, enviou um ofício a Janot nesta terça, 18, no qual questionou por que o orçamento previsto para o ano que vem, de R$ 522 mil, é menor que o solicitado pelos procuradores da força-tarefa (R$ 1,6 milhão).
“Isso é uma proposta do orçamento, que vai ser aprovada pelo conselho [do Ministério Público] ou não na terça-feira que vem. O que eu posso dizer é que o que foi destinado para a Lava Jato para 2018 é mais que 2017”, declarou Janot nesta quarta.
A PGR já havia respondido Raquel Dodge, ainda nesta terça, e informado que a proposta de orçamento é 4,19% maior que os valores previstos para este ano.
Janot está em Washington desde o início da semana e tem tido uma série de compromissos na capital dos Estados Unidos. Nesta quarta, por exemplo, ele esteve em uma universidade e proferiu uma palestra sobre “a experiência do Brasil no contexto de crise, corrupção e cooperação global”.
Segundo a PGR, o objetivo da viagem é apresentar a experiência do Brasil no combate à corrupção.
Orçamento ‘garantidíssimo’
Questionado sobre se o orçamento de 2018 para a força-tarefa está “garantido”, Janot respondeu: “Garantidíssimo. É prioridade da procuradoria na minha gestão. Se vai ser na dela, eu não sei. Agora na minha está garantido, sim.”
Rodrigo Janot disse, também, não ver nada de “extraordinário” no questionamento de Raquel Dodge.
Agenda nos EUA
Segundo a assessoria de Janot, o procurador-geral também irá nesta quarta à Universidade George Mason, onde falará sobre a luta contra a corrupção na América Latina.
Na segunda, em meio a uma palestra sobre o uso dos acordos de delação premiada na promoção da Justiça, Janot respondeu a perguntas e, entre outras coisas, afirmou que o Ministério Público “não tem pressa” em apresentar uma eventual nova denúncia contra o presidente Michel Temer.
Janot já denunciou Temer pelo crime de corrupção passiva e há uma expectativa de que uma nova denúncia será oferecida, por obstrução de Justiça.
Em outro momento, Janot afirmou, também, que as trocas de deputados na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) são “parte do jogo político”. A CCJ rejeitou um parecer que recomendava o prosseguimento da denúncia e aprovou um outro relatório, sugerindo ao plenário da Câmara a rejeição da denúncia por corrupção.
Na terça, o chefe do Ministério Público se reuniu com representantes do governo dos Estados Unidos.