O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista a uma rádio amazonense, na segunda-feira, 24, voltou a falar de sua condenação na Lava Jato. Ele frisou que participou de um processo mentiroso e que a decisão do juiz Sergio Moro foi uma prestação de contas a emissora Globo.
“Fui condenado num processo mentiroso. Na sentença, o juiz utiliza muito mais argumentos para me absolver do que para me condenar – e no fim me condena”, disse ele. “Esse julgamento foi muito mais uma prestação de contas à imprensa, sobretudo à Globo. Seria muito mais barato para o Brasil se eles tivessem acreditado quando eu disse que o apartamento não era meu “.
Lula também comentou sobre a doações empresariais nas campanhas e frisou que a palavra “propina” foi “inventada” por empresários e pelo Ministério Público para “tentarem culpar os políticos”.
O petista defendeu, ainda, a criação de um fundo público eleitoral, em discussão na Câmara. “Se os políticos não tiverem coragem de mudar a legislação eleitoral, de criar um fundo de financiamento de campanha para que não fiquem mais dependentes de empresário, o Brasil não vai ter jeito”, disse.
Quando questionado sobre o envolvimento de colegas de partido em casos de corrupção, o ex-presidente negou que soubesse. “Tem muitas coisas que acontecem dentro da sua casa, na sala do lado do seu trabalho, e você não sabe. Você não é obrigado a saber”, disse.
Lula falou ainda sobre o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O ex-presidente disse que foi “triste ver tantos amigos da Dilma votarem pelo impeachment”. E disse ainda: “foi um erro histórico com o País”.
Por fim, o petista reafirmou que pretende entrar na disputa a Presidência da República em 2018. “Nessas eleições agora, pedi para o PT saísse separado, para demarcar nosso discurso. Porque senão dá a impressão de que está todo mundo na mesma bacia e não é verdade. É preciso que a gente mostre a diferença política nesse momento”. (Com informações Portal IstoÉ)