O presidente do Diretório Regional do Partido dos Trabalhadores no Acre, deputado Daniel Zen, em nota, comentou sobre a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em nove anos e seis meses de prisão, pelo crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A sentença foi publicada na quarta-feira, 12, pelo juiz Sérgio Moro.
Para o petista, a sentença não se sustentará em segunda instância. “O suposto conjunto probatório, bem como os argumentos e razões de decidir, trazidos na sentença pelo Magistrado, são frágeis. Não se sustentam em segunda instância”.
Zen questiona ainda o fato da sentença ter sido anunciada um dia após a aprovação da reforma trabalhista pelo Senado Federal. Ele frisa que se trata de uma estratégia para desviar o foco do assunto.
“Chama a atenção o fato da sentença ser prolatada no dia seguinte à aprovação, pelo Senado, da reforma trabalhista, levando-nos a crer que se trata de parte de uma estratégia de retirar o foco da opinião pública que, até então, estava voltado para as manobras e acordos espúrios encetados pela Presidência da República”, diz trecho da nota.
O presidente do PT questionou a condenação de Lula tendo em vista que Moro absolveu a esposa do ex-deputado federal Eduardo Cunha, Cláudia Cruz, e a esposa de Sérgio Cabral, contra quem havia provas bem mais robustas e consistentes quanto à prática de corrupção.
“Vejo, portanto, um tratamento desigual, dois pesos e duas medidas, o que caracteriza a utilização do aparato judicial para fins de perseguição política. O magistrado em questão não reúne mais as condições de isenção e imparcialidade para julgar casos envolvendo o ex-presidente Lula. Deveria, isso sim, se declarar suspeito ou impedido, nos termos da Lei.”
Governo do Acre
O governador Tião Viana (PT) também comentou sobre a sentença proferida em desfavor do ex-presidente Lula. Em sua página no Facebook, ele frisou que a condenação ocorreu baseada em uma mentira.
“Condenaram Lula por uma mentira… a burguesia está com azia. Será inocentado se houver um traço de justiça e dignidade neste país. Lula 2018! Avante!!!!!!”, escreveu.
Repercussão
A sentença em desfavor do ex-presidente Lula teve grande repercussão nas mídias sociais. Apoiadores e opositores se manifestaram pelas redes sociais sobre a determinação que acusa o petista de crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro devido ao envolvimento na compra de um tríplex no Guarujá, localizado no litoral paulista.
A sentença de Moro também repercutiu entre os jornais e portais internacionais. Entre os veículos estão o americano The New York Times, o espanhol El País, o italiano La Repubblica, os britânicos BBC e The Independent e o francês Le Figaro.
Ex-presidente Lula poderá recorrer em liberdade
O ex-presidente Lula recorrerá em liberdade da sentença de nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. A sentença foi publicada ontem, 12.
Além da condenação a nove anos e meio de prisão, o ex-presidente terá que pagar uma multa de R$ 669,7 mil reais pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O ex-presidente também não poderá ocupar cargo ou função pública por 19 anos caso a sentença seja confirmada nas instâncias superiores.
Esta é a primeira vez, desde a Constituição de 1988, que um ex-presidente é condenado criminalmente.
NOTA DO PRESIDENTE DO DIRETÓRIO REGIONAL DO PARTIDO DOS TRABALHADORES NO ACRE
Sobre a sentença proferida nos autos da AÇÃO PENAL Nº 5046512-94.2016.4.04.7000/PR, em desfavor do ex-Presidente Lula, tenho a declararam que:
O suposto conjunto probatório, bem como os argumentos e razões de decidir, trazidos na sentença pelo Magistrado, são frágeis. Não se sustentam em segunda instância.
Chama a atenção o fato da sentença ser prolatada no dia seguinte a aprovação, pelo Senado, da reforma trabalhista, levando-nos a crer que se trata de parte de uma estratégia de retirar o foco da opinião pública que, até então, estava voltado para as manobras e acordos espúrios encetados pela Presidência da República, junto a sua base de sustentação no Senado e na Câmara, quer seja para aprovar a reforma trabalhista, quer seja para impedir o prosseguimento da denúncia em desfavor do Presidente da República.
Lembremos que o mesmo Juiz Federal absolveu a esposa de Eduardo Cunha, Cláudia Cruz, e a esposa de Sérgio Cabral, contra quem havia provas bem mais robustas e consistentes quanto à prática de corrupção.
Vejo, portanto, um tratamento desigual, dois pesos e duas medidas, o que caracteriza a utilização do aparato judicial para fins de perseguição política.
O Magistrado em questão não reúne mais as condições de isenção e imparcialidade para julgar casos envolvendo o ex-presidente Lula. Deveria, isso sim, se declarar suspeito ou impedido, nos termos da Lei.
Rio Branco-AC, 12 de julho de 2017.
Deputado Estadual DANIEL ZEN
Presidente do Diretório Regional do PT/AC