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Presidente do PT no Acre comenta sentença contra Lula e diz que conjunto probatório é frágil

(FILES) This file photo taken on August 29, 2015 shows Brazilian former president (2003-2011) Luiz Inacio Lula Da Silva participating in the 12th Congress of the Brazilian Workers Union (CUT) in Belo Horizonte, Brazil, on August 28, 2015. Brazil police search home on March 4, 2016 of ex-president Lula da Silva in corruption probe. / AFP / DOUGLAS MAGNO

 O presidente do Diretório Regional do Partido dos Trabalhadores no Acre, deputado Daniel Zen, em nota, comentou sobre a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em nove anos e seis meses de prisão, pelo crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A sentença foi publicada na quarta-feira, 12, pelo juiz Sérgio Moro.

Para o petista, a sentença não se sustentará em segunda instância. “O suposto conjunto probatório, bem como os argumentos e razões de decidir, trazidos na sentença pelo Magistrado, são frágeis. Não se sustentam em segunda instância”.

Zen questiona ainda o fato da sentença ter sido anunciada um dia após a aprovação da reforma trabalhista pelo Senado Federal. Ele frisa que se trata de uma estratégia para desviar o foco do assunto.

“Chama a atenção o fato da sentença ser prolatada no dia seguinte à aprovação, pelo Senado, da reforma trabalhista, levando-nos a crer que se trata de parte de uma estratégia de retirar o foco da opinião pública que, até então, estava voltado para as manobras e acordos espúrios encetados pela Presidência da República”, diz trecho da nota.

O presidente do PT questionou a condenação de Lula tendo em vista que Moro absolveu a esposa do ex-deputado federal Eduardo Cunha, Cláudia Cruz, e a esposa de Sérgio Cabral, contra quem havia provas bem mais robustas e consistentes quanto à prática de corrupção.

“Vejo, portanto, um tratamento desigual, dois pesos e duas medidas, o que caracteriza a utilização do aparato judicial para fins de perseguição política. O magistrado em questão não reúne mais as condições de isenção e imparcialidade para julgar casos envolvendo o ex-presidente Lula. Deveria, isso sim, se declarar suspeito ou impedido, nos termos da Lei.”

Governo do Acre

O governador Tião Viana (PT) também comentou sobre a sentença proferida em desfavor do ex-presidente Lula. Em sua página no Facebook, ele frisou que a condenação ocorreu baseada em uma mentira.

“Condenaram Lula por uma mentira… a burguesia está com azia. Será inocentado se houver um traço de justiça e dignidade neste país. Lula 2018! Avante!!!!!!”, escreveu.

Repercussão

A sentença em desfavor do ex-presidente Lula teve grande repercussão nas mídias sociais. Apoiadores e opositores se manifestaram pelas redes sociais sobre a determinação que acusa o petista de crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro devido ao envolvimento na compra de um tríplex no Guarujá, localizado no litoral paulista.

A sentença de Moro também repercutiu entre os jornais e portais internacionais. Entre os veículos estão o americano The New York Times, o espanhol El País, o italiano La Repubblica, os britânicos BBC e The Independent e o francês Le Figaro.

Ex-presidente Lula poderá recorrer em liberdade

O ex-presidente Lula recorrerá em liberdade da sentença de nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. A sentença foi publicada ontem, 12.

Além da condenação a nove anos e meio de prisão, o ex-presidente terá que pagar uma multa de R$ 669,7 mil reais pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O ex-presidente também não poderá ocupar cargo ou função pública por 19 anos caso a sentença seja confirmada nas instâncias superiores.

Esta é a primeira vez, desde a Constituição de 1988, que um ex-presidente é condenado criminalmente.

 NOTA DO PRESIDENTE DO DIRETÓRIO REGIONAL DO PARTIDO DOS TRABALHADORES NO ACRE

Sobre a sentença proferida nos autos da AÇÃO PENAL Nº 5046512-94.2016.4.04.7000/PR, em desfavor do ex-Presidente Lula, tenho a declararam que:

O suposto conjunto probatório, bem como os argumentos e razões de decidir, trazidos na sentença pelo Magistrado, são frágeis. Não se sustentam em segunda instância.

Chama a atenção o fato da sentença ser prolatada no dia seguinte a aprovação, pelo Senado, da reforma trabalhista, levando-nos a crer que se trata de parte de uma estratégia de retirar o foco da opinião pública que, até então, estava voltado para as manobras e acordos espúrios encetados pela Presidência da República, junto a sua base de sustentação no Senado e na Câmara, quer seja para aprovar a reforma trabalhista, quer seja para impedir o prosseguimento da denúncia em desfavor do Presidente da República.

Lembremos que o mesmo Juiz Federal absolveu a esposa de Eduardo Cunha, Cláudia Cruz, e a esposa de Sérgio Cabral, contra quem havia provas bem mais robustas e consistentes quanto à prática de corrupção.

Vejo, portanto, um tratamento desigual, dois pesos e duas medidas, o que caracteriza a utilização do aparato judicial para fins de perseguição política.

O Magistrado em questão não reúne mais as condições de isenção e imparcialidade para julgar casos envolvendo o ex-presidente Lula. Deveria, isso sim, se declarar suspeito ou impedido, nos termos da Lei.

Rio Branco-AC, 12 de julho de 2017.

 

Deputado Estadual DANIEL ZEN

Presidente do Diretório Regional do PT/AC

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