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Bruno Borges nega jogada de marketing e diz que sumiço foi para estimular o conhecimento

 

Em entrevista ao Fantástico, neste domingo, 13, o estudante acreano Bruno Borges negou que seu sumiço tenha sido uma jogada de marketing, assim como apontou a Polícia Civil do Acre. Ele desapareceu no dia 27 de março e voltou para a casa dos pais na última sexta, 11.

Antes de sumir, o jovem deixou no seu quarto uma estátua de 2 metros do filósofo Giordano Bruno, mensagens e enigmas nas paredes e 14 livros criptografados. O primeiro livro do estudante intitulado “TAC – Teoria de Absorção de Conhecimentos”, traduzido por um amigo da família, foi publicado no dia 21 de julho, e já é um dos mais vendidos no país na categoria não ficção.

“Tudo que eu fiz foi com o objetivo principal de estimular as pessoas a adquirirem conhecimento, e, à medida que a gente vê as pessoas buscando esse conhecimento, a gente vê que deu certo”.

Sobre onde esteve durante quase cinco meses, Borges afirma que esteve em meio à natureza, mas se recusa a revelar o local. “Toda parte do isolamento, eu não vou falar, mas eu fiz um estudo para saber o que eu iria precisar para me manter no lugar”.

Borges também disse ter se arrependido de não ter avisado à família sobre sua intenção de se isolar. “Pensei que, com tudo que eu tinha deixado, todo mundo saberia que eu isolei para buscar a verdade da vida”.

Durante as investigações, a polícia teve acesso a um contrato intitulado de “Contrato de sociedade no projeto Enzo com lançamento de 14 obras”, que determina o benefício de 19% do faturamento bruto das 14 obras a dois amigos, 15% para um primo que emprestou R$ 20 mil, 5% para a editora e 61% para o jovem.

O “Menino do Acre”, como ficou conhecido, alega que o contrato era uma forma de agradecimento a todos os envolvidos. Ele afirma que vai continuar escrevendo livros, como uma forma de ajudar as pessoas a adquirir conhecimentos. A Polícia Civil deve ouvir Bruno nos próximos dias.

“Foi com um pedido de perdão e cheia de emoção que recebi meu filho”

Em sua rede social, a mãe do estudante, a empresária Denise Borges, agradeceu o apoio dos amigos, familiares e internautas que a ajudaram durante o período em que Bruni esteve desaparecido.

Emocionada, Denise relata os dias em que se agarrou a sua fé, pedindo para que o filho voltasse para casa. “Foi com um pedido de perdão e cheia de emoção que recebi meu filho. Deixo aqui meu eterno agradecimento. Conquistei essa vitória, nunca desistindo. Amassei meu joelho no chão por quase cinco meses. A fé não se explica. O que posso dizer é que não existem palavras para descrever a emoção que é se sentir agraciada pelo poder de Deus e de nossa mãe Maria”, diz trecho da publicação.

Tradução errada

Ao Portal G1, a empresária falou que alguns trechos do primeiro livro de Bruno teriam sido traduzidos de forma errada. O filho disse que as decodificações chegaram a mudar o sentido de um capítulo todo. “Disse que está muito errado. Que não estava nem conseguindo entender”.

Bruno Borges nega jogada de marketing

 

 

 

A Gazeta do Acre: