X

Declaração de Daniel Zen sobre legalização da maconha repercuta na Câmara de Rio Branco

 

A declaração do deputado estadual Daniel Zen (PT) em defesa da legalização de determinadas drogas como forma de combater o crime organizado no Acre repercutiu na Câmara de Vereadores de Rio Branco, na sessão desta quarta-feira, 9. Parlamentares da situação e oposição opinaram acerca do assunto.

O vereador Artemio Costa (PSB) foi quem mais mostrou indignação acerca do pronunciamento de Zen. Ele ressalta que a medida é ineficaz quando se trata de combate à criminalidade e que países que aderiram à ideia estariam arrependidos.

“O debate é infeliz, pois sabemos que países que legalizaram as drogas, como é o caso da Holanda, estão fazendo o caminho de volta por reconhecer os prejuízos causados pela decisão. A respeito desses impostos que viriam das drogas eu digo que é um dinheiro maldito, pois entra por uma porta pequena e sai por uma imensa que é o que é gasto na saúde pública para tratar dos dependentes químicos”, frisou.

O vereador Roberto Duarte (PMDB) também comentou sobre o assunto. Para o parlamentar, o Brasil não possui estrutura adequada para legalizar qualquer tipo de droga. “O país não está preparado para o debate da legalização das drogas. Não temos mentalidade para discutir isso em um país como o nosso”, falou.

O líder do prefeito na Câmara, Eduardo Farias (PCdoB), lembrou-se do aspecto medicinal da maconha e salientou que o assunto deve ser debatido com toda a sociedade. “Temos que reconhecer que a maconha tem muitos aspectos medicinais. Temos que debater.”

Redes Sociais

O pronunciamento de Daniel Zen (PT) teve grande repercussão também nas redes sociais. Entre os contrários ao pensamento de Zen está à internauta Alcirley Quintela, na qual pontua que “argumentar a liberação das drogas como meio de arrecadar recursos financeiros para combatê-las é o mesmo que incentivar tributação a pedófilos, de assaltantes, corruptos com mesmos fins”.

O internauta Alexandre Barreto saiu em defesa do parlamentar. Ela ressalta que “enquanto não houver debate e ações voltadas para descriminalização das drogas e reforma do sistema prisional brasileiro, a violência só vai aumentar”, disse ao parabenizar Zen pela sua iniciativa de suscitar o debate. “Que ela possa ajudar a estimular o Acre a tratar a segurança pública com ações em várias áreas e todas integradas”.

O deputado

Em sua página no Facebook, o deputado voltou a abordar o assunto. Ele defendeu o debate sobre a regulamentação do uso de substâncias entorpecentes como uma medida eficaz de redução da violência associada ao tráfico de drogas, aumento das receitas tributárias do Estado e conversão do problema do usuário de drogas em questão de saúde pública e não apenas de segurança.

“Infelizmente, a maioria das pessoas leva esse debate a pagode, distorcem nossas falas e ideias. Ser a favor da regulamentação do uso é bem diferente de ser a favor do uso em si e mais diferente ainda de ser usuário. Regulamentar não significa “liberar geral”, mas sim descriminalizar o uso, ao mesmo tempo em que se impõem regras e controles (de produção e comércio) rígidos.”

Ele frisa que esse é um debate que não tem nada a ver com convicções religiosas de denominação A ou B. “Ter medo de travar esse debate por receio de desagradar grupos sociais ou de interesse A ou B não condiz com minha condição de militante de esquerda. Não tenho receio de desagradar esse ou aquele grupo. Defendo aquilo em que acredito. E respeito as opiniões divergentes”, finalizou.

A Gazeta do Acre: