A equipe do jornal A Gazeta bateu um papo essa semana com o deputado estadual Heitor Junior (PDT). Na oportunidade, o parlamentar ressaltou sobre o trabalho que desenvolve junto a Associação de Portadores de Hepatite do Acre (Aphac), bem como relatou os principais avanços na luta contra a hepatite e quais os gargalos ainda existentes.
Heitor falou ainda sobre a possibilidade de concorrer à reeleição e como o PDT vem se preparando para participar da eleição de 2018.
“Hoje, temos hoje onze vereadores, dois deputados estaduais, dois pré-candidatos a deputado federal e ainda temos a possibilidade de estar na chapa majoritária da FPA. Muitas ações estão sendo feitas para fortalecer o partido”.
A GAZETA – Uma de suas principais bandeiras de luta enquanto deputado é na área da Saúde, combatendo o vírus da hepatite C. Quais avanços o senhor destacaria?
- J. – Desde que me curei do vírus da hepatite C, venho me dedicando a essa causa. Temos conseguidos grandes resultados nos últimos anos, como a distribuição de novos medicamentos para o tratamento e a aquisição do equipamento de última geração chamado Fibroscan. Esse aparelho permite diagnosticar pacientes portadores de hepatites através da fibrose do fígado de maneira simples e não invasiva, sendo uma opção à tradicional biópsia. Houve um aumento nos transplantes de fígado.
A GAZETA – O Senhor acredita que através de seu mandato ainda pode ver muitas coisas serem mudadas até que termine sua jornada?
- J. – Vejo como positivo esse mandato em relação às hepatites. Tivemos muitos ganhos importantes para ajudar a salvar vidas. Nós temos, ainda, um pouco de dificuldade, hoje, que é a questão da informação e da logística. Por exemplo, nós poderíamos não termos mais hepatite B no estado, mas é que as pessoas que precisam tomar três doses acabam tomando uma ou duas. Ainda há muito trabalho a ser feito, mas creio que um dia vamos comemorar a erradicação da hepatite.
A GAZETA – A hepatite continua sendo a doença que mais mata no Acre?
- J. – Certamente. São pelo menos 15 óbitos mensais, mais de 19 mil pessoas fazendo tratamento de algum tipo das hepatite e mais de 40 mil pessoas que estão com a doença e ainda não sabem. Estamos procurando essas pessoas para que elas sejam tratadas.
A GAZETA – A Associação de Portadores de Hepatite do Acre (Aphac) tem feito um trabalho de excelência. Fale um pouco da estrutura do local.
- J. – A associação disponibiliza teste rápido de HIV, Sífilis, Hepatite B e C, todos os dias de 8 a 17 horas. Temos uma psicóloga nos dias de terça e quinta-feira na sede. Temos ainda uma biomédica, uma enfermeira e todo uma estrutura disponível para os portadores de hepatite. Atualmente, contamos com duas casas de apoio, uma na capital e outra em fortaleza. A de Rio Branco ajuda os portadores de hepatite de diversos municípios do Acre. Na outra mandamos as pessoas que vão fazer transplante de fígado.
A GAZETA – Fale um pouco sobre os transplantes.
- J. – Ano passado conseguimos fazer onze transplantes. Se você pegar a média do Estado, que é 24 transplantes, em doze anos, dá dois por ano. Nós superamos essa meta. A Associação de Portadores de Hepatite do Acre (Aphac) tem feito um trabalho de excelência, sem dúvidas. Hoje, temos duas casas de apoio.
A GAZETA – Qual o foco da Aphac no momento?
- J. – Nosso foco agora é estar presente nos locais de difícil acesso, como ramais e comunidades isoladas. E também no interior do Estado. Estamos identificando os locais que precisam com urgência desse tipo de ação. Quanto antes for detectado a doença tanto melhor para garantir um tratamento eficaz.
A GAZETA – O senhor, recentemente, apresentou um Anteprojeto de Lei que trata sobre a doação de órgãos. Fale sobre essa matéria.
- J. – Tendo em vista que a doação de órgãos em nosso Estado ainda é muito pequena, nós esperamos que esse anteprojeto de lei é uma espécie de estímulo. Atualmente temos 25 pessoas na fila, em regime de urgência, esperando pela doação de um rim. Outras 50 pessoas também aguardam por isso. Precisamos buscar soluções urgentes.
A GAZETA – E, setembro a Aphac realiza uma ação voltada para a saúde do homem. Fale um pouco.
- J. – Verdade. Pela primeira vez a Aphac realiza uma ação de saúde integrada – em parceria com Secretaria Municipal – para tratar sobre a saúde do homem. O evento será realizado na sede da Aphac, nos dias s5 e 16 de setembro. Vamos ter o exame de toque, teremos também aferição de pressão, glicose, teste rápido, vacinas, palestras, corte de cabelo. Esperamos atender 200 anos e quebrar esse tabu que homem se constrange ao fazer o teste de toque. Todos estão convidados a participar.
A GAZETA – Já decidiu se concorre à reeleição?
Heitor Junior – Bem, sem dúvidas esse assunto já foi colocado em pauta. Então, tenho feito algumas conversas, buscado algumas parcerias. Claro que tenho vontade de dar continuidade ao trabalho que iniciei em 2015, quando assumi este mandato. Estou conversando com minha base eleitoral. Quem me colocou na Aleac foi a população, se for desejo deles que eu continue, o farei.
A GAZETA – O senhor é presidente da CCJ, uma das comissões mais importantes da Aleac. Como estão os trabalhos?
- J. – Praticamente todos os projetos que tramitam na Aleac passam por essa comissão. Temos membros qualificados e temos feito um trabalho de celeridade nos projetos, dando resposta a sociedade acreana, muito embora. Porém, de maneira geral, temos feito um bom trabalho.
A GAZETA – Cresce os boatos de que o senhor estaria incomodado com o secretário de Saúde do Estado devido a possibilidade dele se candidatar a Aleac em 2018. Procede a informação?
- J. – De forma nenhuma. Tenho uma amizade boa com o secretário de Saúde até porque ele foi meu aluno. Temos também uma relação de irmão por conta da igreja evangélica que eu e ele frequentamos, muito embora em denominações diferentes. Minhas cobranças são referentes as políticas púbicas de saúde e em nada tem a ver com a possível candidatura de Gemil. Claro que se eu estivesse na posição de governador do Acre – minha opinião pessoal – não permitiria que assessores e secretários meus disputassem mandatos eletivos. Porque isso prejudica de alguma forma a condução dos trabalhos. Mas nada pessoal. Ao contrário, tenho um carinho muito grande pelo jovem secretário.
A GAZETA – E como O PDT tem se preparado para a eleição do próximo ano?
- J. – Primeiramente, vale destacar que estamos esperando a definição da Câmara de Deputados a respeito do modelo que será implantado na eleição de 2018. Será que o “Distritão” será aprovado? Bem, independente disso, vejo o PDT muito forte. Hoje, temos hoje onze vereadores, dois deputados estaduais, dois pré-candidatos a deputado federal e ainda temos a possibilidade de estar na chapa majoritária da FPA. Muitas ações estão sendo feitas para fortalecer o partido.