O Dia Nacional de Combate ao Fumo foi comemorado na última terça-feira, 29, mas todo dia é dia de falar sobre os prejuízos causados pelo consumo de cigarro. Além dos danos à saúde, o vício também pesa no bolso do fumante.
Em entrevista ao A GAZETA, o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingo, falou dos benefícios financeiros de parar de fumar. O cálculo é simples, se uma carteira de cigarro custa cerca de R$ 10, um fumante que consome uma por dia gastará a mais, por mês, R$ 300.
“O cigarro é prejudicial à saúde física como também a saúde financeira. Imagina que esse ano essa pessoa vai gastar R$ 300 por mês, mas a partir do ano que vem já é R$ 330, com a correção da inflação. Se você fizer isso em trinta anos você terá mais de R$ 1,7 milhão”.
O aumento no orçamento mensal é um bom motivo para repensar em acabar com o vício de fumar. Apesar de os riscos à saúde serem maiores, o prejuízo financeiro também afeta a economia da pessoa, sobretudo neste momento de crise econômica pela qual o país atravessa.
Além do prejuízo financeiro que o fumante tem, o tabagismo gera uma despesa anual aos cofres público de R$ 56,9 bilhões no Brasil. Do total, R$ 39,4 bilhões são gastos com despesas médicas e R$ 17,5 bilhões com custos indiretos ligados à perda de produtividade, causada por incapacitação dos trabalhadores ou morte prematura.
Para ilustrar os dados acima, o especialista em educação financeira conta que seu pai se aposentou aos 51 anos por causa de problemas de saúde devido ao consumo de cigarro. Desde então, ele e o irmão tem um gasto mensal de aproximadamente R$ 1.500 com medicamentos para o pai.
“Hoje ele tem 83 anos. Se eu contar 30 anos a R$ 1.500 por mês dá R$ 3 milhões, sem correção anual. Isso é uma pessoa que tem cuidados com a iniciativa privada, quando não, a pessoa vai para a saúde pública. Então o governo vai pagar esse custo também. Mais caro que o maço de cigarro consumido durante 30 anos é a custo de manutenção dessa pessoa, o custo de manter os medicamentos, assistência médica. Isso é muito impactante”.
Já imaginou quanto uma pessoa que fuma, se largasse o vício, economizaria em 30 anos? Além de uma qualidade de vida melhor, ainda poderia fazer investimentos ou ter uma boa reserva financeira.
Número de fumantes diminui
De acordo com uma pesquisa recém-publicada na revista científica The Lancet, no período entre 1990 e 2015, a porcentagem de fumantes diários no Brasil caiu de 29% para 12% entre homens e de 19% para 8% entre mulheres. O estudo também constatou que, em 2015, aproximadamente um bilhão de pessoas no mundo inteiro fumavam diariamente: um em quatro homens e uma em 20 mulheres. A proporção é um pouco diferente da registrada a 25 anos antes, em 1990, quando um em cada três homens e uma em cada 12 mulheres fumavam.