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Especialista fala sobre aumento na procura por procedimentos estéticos não cirúrgicos

 

A procura por procedimentos estéticos não cirúrgicos cresceu 390% entre 2014 e 2016, em todo o Brasil, segundo censo realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC). A pesquisa ouviu 1.218 associados em todo o país.

Em 2014, os procedimentos não cirúrgicos representavam 17,4% do total dos atendimentos feitos pelos cirurgiões plásticos, de acordo com a SBPC. Já em 2016, esse índice saltou para 47,5%, revelando que quase metade dos pacientes que chegam aos consultórios opta por tratamento não cirúrgico.

Para o especialista em procedimentos estéticos, o médico Stanley Bittar, o aumento na procura por procedimentos não cirúrgicos pode ser associada aos seguintes fatores: segurança e conforto no momento do procedimento, e recuperação rápida.

Uma plástica no nariz, por exemplo, demora em torno de seis meses a um ano para recuperação total. Já o procedimento não cirúrgico semelhante leva cerca de uma hora para ser feito e não interfere no dia a dia do paciente, segundo o médico.

“O paciente busca algo que dê resultado, mas que não vá deixá-lo fora de serviço muito tempo. Hoje em dia está tudo muito rápido, ninguém tem tempo pra perder. Muitos procedimentos nós falamos que são lunch time, que é pra fazer na hora do almoço.”

Ainda segundo a pesquisa, o preenchimento e a aplicação de toxina botulínica, o botox, são os procedimentos mais procurados por homens e mulheres que buscam os cirurgiões plásticos. O especialista destaca que a toxina botulínica é o segundo procedimento mais realizado no mundo inteiro, ficando atrás somente das vacinas.

“É uma coisa gigantesca se você parar para imaginar que toda a população mundial tem que ser vacinada. E depois disso vem a toxina botulínica. Todo paciente que começa a fazer algo de rejuvenescimento ou cuidado, principalmente de prevenção de envelhecimento, já faz o botox.

O médico explica que cada vez mais cedo homens e mulheres procuram por procedimentos estéticos. Hoje, a faixa etária do público masculino preocupado com a estética vai de 40 a 60 anos. Já as mulheres a faixa é entre 35 e 55 anos.

“A mulher sempre procura antes. Desde muito cedo elas já estão preocupadas em ter rugas e ter manchas, isso é incrível. Uma porcentagem menor se preocupa diretamente com algo, como o nariz, queixo, papada, orelha, mama, gordura localizada. Já o público masculino, não. Eles procuram por causa do cabelo e rugas”.

Como falar de tratamento estético e não mencionar o custo financeiro dos procedimentos? Apesar de ainda um pouco salgado, os preços têm diminuído ao longo dos anos, sobretudo pela oferta diária de produtos no mercado, conta Bittar.

Entretanto, o médico alerta para promoções apelativas. “Às vezes, o barato sai caro. Os bons profissionais sempre usam os melhores produtos do mercado. Isso tem um custo. Transformar isso em algo muito barato é obvio que não está sendo usado um produto de primeira, e isso é suspeito”.

Eles não têm vergonha!

Quem disse que se preocupar com a beleza e procurar tratamentos estéticos são “coisas de mulher”? O Dr. Stanley desmitifica essa questão, afirmando que os procedimentos estéticos feitos em homens, no seu consultório, muitas vezes, se aproximam da quantidade feita em mulheres por mês.

“É sazonal. Existem épocas que nós quase chegamos ao meio a meio. Um terço da clientela é masculina, sempre. Muitas vezes, ao longo do ano, nós fechamos o mês, e percebemos que os atendimentos masculinos passaram dos 40%. Isso tem relação com o efeito verão, com o efeito férias. O homem é muito mais ligado no tempo que ele tem disponível para fazer esse tipo de coisa.”

Acompanhamento médico

Mestre em medicina estética, Bittar ressalta a importância de os pacientes se submeterem a procedimentos cirúrgicos e não cirúrgicos com médicos especialistas. De acordo com a SBCP, atualmente 12 mil não especialistas estão realizando cirurgias plásticas em todo o país.

“Todo ato de diagnóstico e terapêutico, independente de doença ou estética, tem que ser feito por um médico. Qualquer procedimento invasivo tem que ser feito por um médico, isso é Lei.”

Stanley Bittar

 

 

A Gazeta do Acre: