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Justiça recusa denúncia de delegado que se ofendeu com gesto obsceno no trânsito

 

O promotor de Justiça Rogério Voltolini, do Ministério Público do Acre (MP/AC), recusou a denúncia de suposta injúria feita pelo delegado de Polícia Civil, Pedro Resende, que se declarou ofendido ao receber um gesto obsceno no trânsito.

Segundo a decisão, o Poder Judiciário não pode ser confundido com ‘jardim de infância’ (sic) para intervir em questões de ‘cotoco’, ‘rabissaca’ ou ‘mostra de língua’. O promotor enfatiza que a Justiça deve se preocupar com questões relevantes para a sociedade ‘no mundo adulto’. “Será que um cotoco possui relevância jurídica? Creio que não”, diz.

Voltolini afirma, também, que o delegado não sofreu injúria porque o motorista do caminhão que deu cotoco não sabia que Resende é um servidor público e, por esse motivo, não usou de dolo. “Assim, se chegarem a tipificar alguma conduta criminal contra a honra serão de apuração em ação penal privada, jamais ação penal pública”.

A reportagem tentou falar com Resende, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

Entenda o caso – O delegado formalizou uma denúncia contra o motorista, que não teve o nome divulgado, após receber um ‘cotoco’. O motorista foi levado à delegacia e, segundo informações, teria dito que Resende o irritou buzinando insistentemente porque não conseguia fazer uma ultrapassagem, mas que não sabia que o condutor que estava atrás era delegado. Após a denúncia, o motorista perdeu o emprego.

 

 

A Gazeta do Acre: